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FOTOGRAFIA E AVENTURA

9 / janeiro / 2021

por Wendell Pivetta


Oito de janeiro é considerado o Dia do Fotógrafo no Brasil. A data marca a chegada da primeira câmera fotográfica no Brasil, em 1840. No entanto, há algumas controvérsias sobre o dia exato, sendo que alguns consideram o dia 7 ou mesmo 16 de janeiro.

Independente do dia, gostaria de parabenizar a todos os profissionais das lentes, e incorporar no enredo, uma sessão de fotos em um dia de sufoco na cidade de Cruz Alta, Rio Grande do Sul. Naquele domingo, estava previsto, e assim acontecendo, a rodada da fase de grupos do Citadino de Futebol de Campo da categoria livre promovido pela Secretaria de Esportes e Lazer de Cruz Alta. Eu estava morando na cidade e atuando como assessor de comunicação. Costumeiramente coloquei em minha rotina ir até a beira do campo ou de quadra fotografar os eventos para promover o trabalho da secretaria, e assim sendo, naquele domingo, encarei uma rodada em um calor de incríveis 40 graus.

O termômetro até marcava 35 graus, porém nos dias de estiagem unidos à brisa do vento quente, a sensação estava na casa dos 40 graus. Antes da bola rolar, cheguei ao estádio do Morro dos Ventos Uivantes, e na casa das 13h45 o jogo iniciava, com o fotógrafo buscando uma sombra na beira do gramado, a qual, não existia. A cancha de futebol estava realmente escaldante, os jogadores se poupavam em lances de contato para não cair na grama seca que lance a lance era tapada pela areia. Sem intenção, os atletas troteavam atrás da bola e as travas das chuteiras iam amassando a grama faminta por água. Tal líquido era esbanjado pelas garrafas hidratando constantemente os atletas, com exceção do fotógrafo que assistia as cenas, porém não descuidou do posto. Me posicionei em uma técnica de ficar apenas em um lado do campo, aguardando os melhores ataques, já que as fotos tinham de ser neutras, sem favorecer alguma equipe em exclusivo, onde tivesse mais ação eu seguia. Curiosamente uma das equipes foi com apenas 9 atletas e a outra com um plantel completo. Logo me posicionei a favor da melhor equipe.

O lado de ataque do primeiro tempo da melhor equipe realmente contou com muitos lances de ataque, porém a sombra não estava presente, o sol estava se posicionando no horizonte e ainda estava um calor escaldante. A sensação de fotografar carregando mochila nas costas e usar um equipamento estava de derreter as ideias, mas as fotos estavam acontecendo naturalmente. Coube neste momento pensar e homenagear os fotógrafos que muitas vezes passam por situações inusitadas para fazer a arte do click. Ainda no segundo tempo virou o lado dos adversários e peguei uma sombrinha, sem me aguentar mais em pé, sentei de baixo de uma sombra próxima a uma antiga torre de rádio. Lá uma laranjeira me presenteou com um momento de frescor, e assim consegui executar uma bela sessão de fotos, já que o time com 9 atletas começou a cansar mais, e sofrer ainda mais ataques do adversário.

Ao decorrer do jogo ainda deu tempo dos quero-quero, pássaros tradicionais do Rio Grande do Sul, aparecerem na beira do campo, e próximo a mim queriam tomar o território deles. Fui convidado a me retirar pela ave, já que ela tem ferrão e costuma atacar as pessoas com seus rasantes. Coisas do futebol gaúcho. Antes do ataque deles, deu tempo de registrar um belíssimo ângulo de um gol exatamente no ângulo, com o perdão da redundância

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