:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
Meu amigo Zé Roberto Padilha brilhou em Fluminense, Flamengo e vários outros clubes do Brasil. Era daqueles pontas enjoados, que além de atormentar os laterais ainda tinha fôlego para roubar a bola dos adversários no meio-campo e iniciar ótimos contra-ataques. Jogador moderno que a garotada de hoje deveria pesquisar suas atuações no Youtube para desmascarar de vez essa baboseira de que os atletas do passado não corriam.
Zé Roberto é jogador de opinião forte, que não abaixava a cabeça para os dirigentes. Formou-se em Jornalismo, é professor de História e lançou vários livros. Podia e deveria estar na bancada desses programas esportivos porque tem humor ácido e conteúdo, mas os diretores das emissoras preferem os estatísticos e os chatos que só falam em 4-5-1, 3-5-2, beira de campo, jogador agudo e ligação direta.
Bem, o Zé Roberto, assim como eu, acha um absurdo os ex-jogadores terem que se formar em Educação Física para atuar como técnico. Feliz da vida, me enviou uma mensagem informando que a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitara o pedido do Conselho Regional de Educação Física de São Paulo que havia entrado com um recurso especial para que apenas profissionais formados em Educação Física pudessem exercer a profissão de treinador de futebol. Isso, por sinal, é uma das razões de nossa arte andar tão engessada.
O Zé Roberto optou por formar-se em História e Jornalismo, o Paulo César Puruca é formado em administração de empresas e acho que em Direito, o Afonsinho é médico, o Rogério Bailarino formou-se em Teologia. Estudar é importante e fundamental para o desenvolvimento de nosso país, mas os ex-jogadores que por acaso não se formaram podem e devem treinar times.
Nas universidades, aplica-se muito o notório saber, quando professores, mesmo sem doutorado, podem dar aulas por terem conhecimentos suficiente para exercer a atividade. Existem técnicos hoje que nunca chutaram uma bola na vida!
Você encara algum dentista, que nunca extraiu um dente? João Saldanha era jornalista e assumiu a seleção brasileira. É uma exceção, claro, mas tinha bagagem suficiente para isso. Até jogou na base no Botafogo, mas meu pai dizia que ele era bem fraquinho, Kkkkk!!!
O meu grande amigo Washington Rodrigues também aventurou-se na profissão e bem antes do VAR levava uma tevê para o banco de reservas, Kkkkk!!!! Essas pessoas respiram futebol.
O que não dá para aceitar é um professor de Educação Física, que nunca assinou uma súmula, tirar o espaço de um ex-atleta. Por isso, hoje, os jogadores não sabem chutar, cabecear e trocar passes. Porque quem ensina também não sabe.
Nosso futebol precisa de mais sensibilidade, de menos Cariles e Felipões, e mais Zé Robertos, Afonsinhos, Purucas e Rogérios Bailarinos.
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