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EU, LAZARONI, A POCHETE E OS PASTORES ALEMÃES

25 / maio / 2020

por Nielsen Elias

1º CAPITULO


Há 31 anos, exatamente no final dos anos 80, após a classificação do Brasil para a Copa de 90.

O técnico Sebastião Lazaroni da seleção brasileira, e eu, fomos para Europa, em especial ao leste europeu, acompanhar alguns jogos das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo na Itália.

No roteiro, estavam os países, Bélgica, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária e Alemanha Oriental. E nesse período, estava começando uma grande mudança politica nos países do leste europeu.

A primeira parada foi em Bruxelas, na Bélgica, após uma conexão em Paris… Malas nas mãos, partimos para o hotel com as reservas previamente feitas. Ao dirigirmos à recepção com as reservas devidas, nossa grande surpresa, quando o gerente com sua frieza europeia nos disse:

– No booking!!! I feel so much… – mesmo assim, o Laza tentou argumentar que ela estaria confirmada. Então, o gerente pediu que esperássemos no hall do hotel, pois iria tentar resolver aquela situação; e sempre afirmando que tinha um grande evento na cidade e todos os hotéis estariam lotados!

Já era noite, e nós sentados nas poltronas, que ficavam no hall, e muito cansados pela viagem, estávamos “loucos” por um banho e afrouxar o nó da gravata…e essa altura, nossas malas já serviam como descansos para as nossas pernas. E, finalmente, após uma longa espera, chega o gerente com uma solução, isso já quase meia noite, e diz:

– Como está muito tarde vocês irão dormir aqui, mas nas primeiras horas da manhã terão que deixar o quarto, pois um hóspede estará entrando amanhã bem cedo. E enquanto isso, vou tentando um lugar para vocês ficarem amanhã…

No dia seguinte, apesar de não termos um sono confortante, fomos despertados pelo telefone com o gerente dizendo que teríamos que deixar o quarto, pois haveria necessidade de ser limpo. Tomamos nosso banho e descemos rapidamente. Na recepção, lá estava o gerente com os nossos passaportes em uma mão e a conta na outra, e dizendo que havia conseguido um hotel não muito bom, mas naquele momento era o máximo que poderia fazer por nós… Bem, outros contra tempos ocorreram. Na hora de fazer o pagamento, por aquela noite mal dormida, Laza sacou duas notas de U$100 e colocou no balcão, para logo em seguida ser recusada pelo gerente:

– Desculpe senhor mas no momento não aceitamos essas notas de 100.

Laza perguntou já perdendo a paciência.

– Por quê!?

O gerente prontamente respondeu:

– Houve um derramamento de notas falsas e por essa razão estamos no momento proibidos de receber…

Era só que nos faltava, pensamos, olhando um para outro, e o gerente querendo ajudar, nos disse que só no banco poderíamos trocar! O Laza perguntou onde tinha um banco mais perto e o gerente explicou:

– No outro lado da rua, mas infelizmente hoje é sábado e todos os bancos estão fechados.

Sem mais o que fazer, Lazaroni com um sorriso irônico, que mais parecia que estava “puto”, tirou seu cartão pessoal e pagou a diária.

Então rumamos para o outro hotel indicado pelo gerente, que além ter um pequeno quarto que mal cabia nós dois e ainda por cima sem banheiro privativo, ficava numa espécie de serra bem longe do centro, putsgrila! Mas mesmo com essas situações nada agradáveis, podemos acompanhar o jogo da seleção Belga no Estádio de Heisel, que depois ficou marcado por grande tragédia entre torcidas e após 1995 passou a ser chamado Rei Balduíno. O jogo foi bem disputado e o tratamento no estádio foi VIP, com direito champanhe, vinhos, cervejas e todos os tipos de comida.

Bruxelas é uma cidade única, com suas ruas subterrâneas e sua linda arquitetura, além de ter um escargot delicioso, que eu fiz o Laza provar, como o prato de entrada do nosso jantar:

– Pô são caramujos, Ni!? – para em seguida cairmos na gargalhada… além de uma cidade muito interessante, possui também mulheres lindas…

Assim foi a nossa passagem pelo primeiro país. No próximo capitulo, eu conto mais… especialmente, a nossa chegada na fronteira com Alemanha Oriental. Foi surreal!!! Me senti na Segunda Guerra mundial, com os enormes soldados alemães e seus ferozes pastores, em frente a nossa cabine do trem…

Até..,

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