por Rubens Lemos
Há uma vasta legião de nostálgicos que juram sem fazer figa: Canhoteiro, ponta-esquerda do São Paulo na década de 1950, foi o Garrincha da canhota. A biografia dele é um espetáculo de tão bem feita pelo escritor e jornalista Renato Pompeu. Canhoteiro disputava com Pepe em talento e os dois perdiam em sorte para Zagallo.
Chico Buarque, dono do time de peladas Politheama, já havia homenageado o ídolo rebelde na música Futebol, escalando uma linha de ataque sensacional, ritmada pela magia dos seus versos: Para Mané, para Didi, para Pagão, para Pelé e Canhoteiro. Pagão é o maior ídolo de Chico. Até hoje é o artilheiro do seu time de futebol de botão, matador na proporção do dueto com Pelé ainda menino.
Mas Canhoteiro é a graça nunca alcançada. O toque de melancolia naqueles que voltam no tempo e o enxergam de novo costurando defesas pela extrema esquerda. Virou sinônimo de injustiça, de jogador que deveria ter ido mas não foi a uma Copa do Mundo. Jogava aberto, ofensivamente, driblando,
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