por Claudio Lovato Filho
Lá vai ele.
Lá, rapaz, atravessando a rua!
Um dos dos tipos de torcedor que eu mais respeito: aquele que usa a camisa do time no dia seguinte ao de uma derrota.
É, rapaz, esse cara tem valor.
Tem paixão, e sabe cultivar essa paixão.
Paixão, sim, e provavelmente ainda mais que isso, muito mais.
Usar a camiseta do clube vai ser sempre motivo de orgulho para ele.
Profundo e transcendente orgulho.
Sempre.
Ele tem uma camisa no coração.
Tem um escudo gravado na alma.
E não é que essa camisa e esse escudo o representem; não, não é só isso.
Essa camisa e esse escudo são o que ele é.
Identidade, rapaz.
Ele não está usando essa camisa – logo hoje, depois daquilo que aconteceu ontem à noite! – por acaso.
Não é um desavisado, alguém que passou a mão na primeira peça de roupa que viu no armário e foi para a rua.
Ele não teme zoação, flauta, gozação, piada, provocação, não – mas que ninguém tente humilhar; desrespeito ele não vai tolerar, não mesmo, e não é nem por ele: é pelo clube, pelo escudo.
Ao usar essa camisa ele está dizendo: “Não adianta, cara. Eu nunca vou desistir. Eu nunca vou renegar. Eu nunca vou me envergonhar”.
Hoje e sempre.
Amor.
Assim é: amor.
“Este é o meu clube”, ele está dizendo para todo mundo, para o mundo todo.
“Este sou eu”.
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