por Victor Kingma
Mais uma história para homenagear um dos maiores gênios da bola. No início dos anos 60, o Botafogo, base da seleção que acabara de conquistar o bicampeonato no Chile, era requisitado para fazer jogos amistosos em todo o país.
Certa vez foi disputar uma partida no interior de Minas.
Preocupado, o técnico da equipe local estudou durante toda a semana uma tática que pudesse neutralizar o poderoso ataque alvinegro e assim se safar de um vexame que se desenhava.
No dia do jogo, o treinador reuniu seus atletas no vestiário para uma última conversa:
– Quero todo o time concentrado na marcação! Vamos marcar as peças chaves deles! Meio de campo em cima de Didi. Não o deixe distribuir o jogo!
E continua:
– Lateral direito na cola do Zagallo e a dupla de zaga sempre atenta aos movimentos de Quarentinha e Amarildo. Não podem chutar a gol de jeito nenhum! Todo cuidado é pouco!
Para o lateral esquerdo Bauru, entretanto, reservou uma conversa especial e mais longa:
– Pra você, meu craque, reservei a missão mais difícil: quero que marque o Garrincha em cima, o tempo todo! Olho vivo! Gruda nele e não descuide um minuto!
O vigoroso defensor, apreensivo, ouve atentamente as instruções e no final, assustado, argumenta:
– Mas sozinho, ninguém vai me ajudar?
– A tarefa é sua, meu craque! Confio em você!
– Uai! Mas aí não dá, professor! Isso é trairagem! Deixar eu levar baile do Mané Garrincha durante 90 minutos é sacanagem!
0 comentários