por Zé Roberto Padilha
Quando vi o Santos sair jogando na linha intermediária, trazendo para o futebol o “goleiro-linha” do Futsal, de tantos riscos que o Tiquinho quase marcou, fiquei pensando no sábio Zagallo, meu treinador no Fluminense, em 1972.
Zagallo dizia que o futebol era simples. Se alguém tinha que inventar, esses eram seus jogadores quando pisavam na linha intermediária adversária. Não ele.
Ali, na improvisação e longe da nossa meta, tudo era permitido ousar. Foi dali pro gol que criamos obras de arte e encantamos o mundo. Daí para trás, fomos iguais a todo mundo.
E quando o adversário tinha um jogador expulso, nos deu uma lição que encontrou poucos sábios seguidores: colocou dois pontas bem abertos e deu uma aula de ocupação geométrica.
“Só sentiremos esse ganho, de ter um homem a mais, se ampliarmos o espaço. E abrindo as pontas, e não afunilando centroavantes, teremos vantagens.”
Nunca mais vi qualquer treinador pensar assim quando ficam com um a mais.
Zagallo se aposentou e, pelo que temos visto, deixou poucos seguidores. Estamos diante de uma nova safra de alunos do Professor Pardal. Laptop no lugar das prancheta, querem inventar algo que inove e eleve seu nome mundo do futebol afora.
O goleiro-linha, o Airton Lucas mais recuado justo no momento em que melhor atacava, três zagueiros… bem Zagallo agradece. Afinal, poucos são tão Botafogo quanto ele.
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