por Zé Roberto Padilha
Fernando Diniz chega ao comando da seleção por méritos próprios. Nunca teve padrinhos. Sempre teve padrão de jogo. Em meio a mesmice tática que impera no futebol brasileiro, responsável pela abertura dos cargos às nações amigas, inovou e insistiu com uma nova concepção de jogo que elimina os chutões. E prioriza o toque de bola.
O que faltava para sua receita eram ingredientes à altura. Se por um lado treinava à exaustão o Fábio sair jogando com o Manoel, o Lucas Claro, e o perigo rondava a área tricolor, agora vai poder escolher o goleiro mais habilidoso com os pés e um Thiago Silva para sair envolvendo o adversário junto ao André e ao Casemiro.
Sempre teve a receita de um bolo bonito de se ver jogar. Mas que não alcançava a conquista do Master Chef porque não tinha uma farinha de trigo à altura, ovos de granja e manteigas nobres porque recebia, das despesas de Xerém, das mãos de chefes de cozinha sub-15 e sub-17, ingredientes diferentes do sabor que buscava.
Agora, Fernando Diniz vai deixar a Rua da Alfândega, Travessa do Ouvidor e 1o de Março, onde recebia seus trajes, e vai buscar seu terno novo no BarraShopping. O Fashion Mall está ali do lado e pode ajudar.
Sua posse, e sua merecida indicação, precisam estar à altura do futebol que todo mundo anda com saudades de ver desfilar pelos gramados de todo o mundo.
Excelente análise! Diniz trouxe-me de volta ao futebol bem jogado. Já tinha desistido de assistir a seleção brasileira, não só por seu péssimo futebol como também, pelas convocações absurdas. Diniz não só resgata o gosto e o prazer de se jogar futebol como também não se esconde atrás de milhões de desculpas quando a derrota chega. Futebol como todo jogo é recheado de circunstâncias. Algumas podemos dominar, outras não.
O que importa mesmo é trabalhar com inteligência, vontade e sem medo prá minimizar essas “circunstâncias”.
Depois de Telê eu acho que foi a primeira escolha que me deixou feliz.
Caro Padilha excelente artigo,com uma analogia magistral não basta saber cozinhar se os ingredientes deixam a desejar e outro item muito bem colocado,se na base apartir do sub-13 não houver uma uniformidade de filosofia do goleiro ao ponta esquerda,não será no sub-20 que vai mudar.