por Zé Roberto Padilha

Sou festeiro, vocês sabem, durante meus 21 anos como diretor à frente do CAER o que não faltou foram Bailes à Fantasia, Gincanas, de aniversários, shows da nossa gloriosa MPB. Fora os desfiles do Bloco da Barão no nascedouro de cada ano novo.
E para meu jogo de despedida do futebol não faria diferente. Convidei Zico e Rivellino para a partida, os dois maiores craques com quem joguei.
Zico, agenda cheia, disse que só tinha data um ano depois. Que dia e mês do ano que vem? Perguntei. E ele veio com o Master do Flamengo, completinho. E Rivellino, a quem dei todo um ano para se organizar, jogou ao meu lado e dos atletas que atuaram em Três Rios.
Foi uma festa incrível, em dezembro de 1997, com recorde de público no Estádio Odair Gama. E o Master do Flamengo, com Andrade, Adilio, Zico e Junior, com Cláudio Adão e Júlio César mais à frente, meteu 5×0. Só no primeiro tempo.
No intervalo, Rivellino, que jamais soube perder, estava irritado. Quando me aproximei, desabafou: “Zé, que time é esse que você convocou?”. “São meus amigos aqui de Três Rios!”, respondi.
Antes de embarcar rumo ao aeroporto, João Botão, meu primo saudoso e querido o levou, mas antes levei um puxão de orelhas : “Amigos a gente leva para o botequim. Para o campo, quem sabe jogar!”.
O pior é que meus amigos sabiam jogar, mas contra o Campeão Mundial de Clubes, completinho, foi impossível.
Como nunca mais vi o bigode, digo, Príncipe das Laranjeiras, essa frase ficou martelando na minha consciência.
E a partida terminou 9×0. Ainda bem que a esta altura da goleada, reforçados de Elói, Paulinho Carioca e Caio Cambalhota, ele estava no voo da Ponte Aérea, bem longe do Estadio Odair Gama.
Depois, só restou-me, ao lado dos meus goleados amigos, aceitar seu conselho. E sair em busca de um botequim.
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