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E AÍ INVENTARAM O TREINADOR…

16 / janeiro / 2025

por Zé Roberto Padilha

Não tem jeito. Quem foi criado batendo pelada e assistindo Pelé e Garrincha jogarem, e a partir dos 6 anos presenciou o seu país tomar posse e guarda de uma taça, a Júlio Rimet, e se impor no futebol mundial, vai passar anos procurando explicações porque não somos mais os donos da cocada preta.

Já são oito livros, centenas de artigos, crônicas, uma tese de pós-graduação e acabo de detectar mais uma prática que foi retirada dos laboratórios a céu aberto em que foram criados todos os nossos gênios da bola. Sem exceção.

Nenhum deles teve treinador no início do seu aprendizado. Todos batiam peladas e os times eram divididos no par ou ímpar. Quem escolhia e escalava era sempre os melhores peladeiros. Já que futebol não se ensina, apenas os fundamentos são aperfeiçoados, porque ter alguém com apito na boca interferindo na criação?

Vou repetir: Ronaldinho, Zico, Eduzinho e Romário só foram cair nas garras de um treinador quando fizeram 14 anos. E calçar chuteiras também. Quando isso aconteceu, já tinham formado todos os recursos e improvisos que só a liberdade, e a ausência de um apito pedindo “volta pra marcar” começou a fazer parte da sua adolescência.

Agora, os novos jogadores já começam atuando em franquias. Cads uma delas possuem dois treinadores. Pior, calçando chuteiras e ocultando o tato. E os gritos de “volta pra marcar” passa a ecoar tanto aqui quanto na sede da FIFA. E espalhando pelo mundo a mesmice que nos tornou iguais. E nunca mais revelamos um Bola de Ouro da FIFA.

Anotem ai: se resolvermos reassumir o protagonismo do futebol mundial, melhor devolver os campinhos de pelada e deixar fluir a habilidade e capacidade natural de jogar futebol que foi destinada a um povo miscigenado.

Descobertos, invadidos, colonizados e saqueados. A forra vinha nos gramados. Agora, nem isso. Melhor deixarem os meninos em paz.

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