por Rubens Lemos
Está ficando docemente repetitivo elogiar as resenhas dominicais do Museu da Pelada, timaço onde me encaixo de operário carregador de piano.
O papo com Dé, que revejo em fragmentos com cabeleira vasta black power e camisa do Vasco e depois a do Botafogo, extrapolou os limites do brilho histórico saudosista.
Dé é uma instituição dos anos bicho-grilo, alter ego da malandragem autêntica, forjada nos caminhos de terra batida hoje ocupados pelos campinhos de luxo onde vivem os mimadinhos que praticam o futebol de joanete.
Dé sabia jogar. Técnica apreciável, a esperteza que o mestre Ariano Suassuna definiu como arma do pobre. Que o exaltava nos alçapões de subúrbio e no sítio arqueológico do Ex-Maracanã.
Seu mundo é o universo brasa, mora? Dos brotinhos e do talento em superlotação.
Saudades de Dé.
Artilheiro precioso contador de histórias.
Nos domingos pobres de agora, domados por androides e lutadores de MMA calçando chuteiras, a onda (bem Dé né?) é assistir, extasiado, aos clássicos que só no Museu da Pelada tem.
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