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DOIDO, SIM. DESEMPREGADO, NÃO

21 / julho / 2021

por Zé Roberto Padilha


Lisca sabe que a equipe do Vasco está montada. E definida. Pouca coisa tem a fazer a não ser beliscar os jogadores nas preleções. E tentar motivá-los gritando como um doido à beira do campo.

Serão gestos teatrais de um artista da bola que vão se constituir na nova atração da segunda divisão.

São engraçados, fazem parte do seu arsenal midiático que agrada os torcedores quando seu time está ganhando. Quando perde, não sabemos porque é demitido. E nada mais.

Bem ou mal, como um carro de Fórmula 1 testado em Jerez de Lá Frontera, onde as grandes equipes apresentam suas novidades todo começo de ano, foi na pré-temporada que os jogadores do plantel vascaíno foram escolhidos.

Um sistema tático definido. Não há como fazer milagres em um time que você não indicou os motores, os freios, a suspensão.

Marcelo Cabo era o Vettel que foi trocado. O cockpit tinha suas medidas, sabia que os pneus se deteriorariam no segundo tempo e que abrir a asa para ultrapassar qualquer time na tabela precisaria do Benitez. E do Marrone.

Um foi para a Lotus. O outro para o São Paulo.

Lisca não terá um time para chamar de seu. Ele sabe disso e colocou em risco seu currículo. Mas e os colégios das crianças? A primeira parcela do IR, a cota do IPTU, o IPVA?

Ele será apenas mais um piloto que arrumou um emprego na reta oposta do Campeonato Brasileiro. E que irá, pelos autódromos do país, se equilibrar ao volante de um carro que mal conhece suas peças pelo nome.

O problema maior do Vasco, a esta altura da Serie B, é que a Mercedes dos Aflitos não trocou seu piloto. Hamilton dos Anjos tem o carro nas mãos. Desde os testes, até a concepção. Seu time está voando nas pistas.

Restará ao Lisca pagar as suas contas em dia.

E evitar que seu time caia para a F3 ao não derrapar nas curvas dos autódromos em que irá dirigir seu desconhecido team daqui pra frente.

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