por Luis Filipe Chateaubriand
O redator destas linhas não costuma escrever sobre assuntos anteriores, no futebol, a 1978, ano em que começou a acompanhar este apaixonante esporte.
Mas toda regra tem sua exceção, e esta parece valer a pena…
Em 1976, Vasco da Gama x Botafogo jogavam pelo primeiro turno do Campeonato Carioca.
Era um jogo fundamental para ambas a equipes, se quisessem conquistar o título do turno.
Um empate deixava ambos os clubes sem condições de conquistar o título, apenas quem vencesse teria alguma chance de disputar a taça com o Flamengo.
O Botafogo vencia por 1 x 0 quase até o final do jogo, até que Roberto Dinamite – sempre Roberto Dinamite – empatou.
A partir desse momento, o Vasco da Gama tomou conta do jogo e foi em busca do tento que lhe daria a vitória e a possibilidade de se manter vivo na disputa do título.
Jogo acabando, derradeiros momentos, Zanata faz um cruzamento ao lado direito da grande área, com o pé trocado – todo torto mesmo, com pressa de cruzar, pois o jogo está no fim.
A bola sobe, descai no centro da grande área, vindo em direção a Roberto Dinamite.
O muito bom, mas muito pretensioso, Osmar Guarnelli, zagueiro botafoguense, chega para bloquear o atacante vascaíno.
Com frieza, e muita categoria, Dinamite mata a pelota no peito, dá um chapéu indescritível em Osmar, avança, vê a bola descair novamente em sua frente, e fulmina de direita para as redes do clube de General Severiano!
Um golaço! Aço! Aço!
Roberto Dinamite – sempre Roberto Dinamite!
O Vasco da Gama, com este gol antológico, vencia o Botafogo por 2 x 1 e iria decidir o título do turno com o Flamengo – onde se sagrou campeão, mas isso é outra história…
Não vi in loco, tinha apenas cinco anos quando aconteceu, ainda nem sabia o que era futebol.
Mas, desde que comecei a acompanhar futebol, aos oito anos, vi muitas vezes – na televisão, depois no vídeo tape, depois em dvd, depois no youtube.
Tecnologias se sucedem.
O golaço fica.
Fica e ficará eternamente.
Tal qual o gol, o seu autor é eterno.
Dinamite sempre!
Dinamite forever!
Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais de 40 anos e é autor de vários livros sobre o calendário do futebol brasileiro.
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