por Wendell Pivetta
Dia 17 de dezembro é só o Sport Club Internacional que faz história.
Há 13 anos um clube gaúcho, vestido de branco, pintou o mundo de vermelho. Samurais gaudérios desbancaram o favorito clube catalão de Ronaldinho Gaúcho e uma esquadra multi campeã que menosprezou o olhar do capitão do clube gaúcho que, em um piscar de olho destemido ao apertar a mão de Ronaldinho, preparou seus colegas de equipe para a partida da vida deles.
Sangue foi derramado, literalmente pelo zagueiro Índio, começando ali a pintar o globo. No sul do Brasil era calor, Rio Grande do Sul estava paralisado naquela manhã de domingo, torcedores ansiosos mal podiam esperar pelo apito inicial de uma partida legendária para o futebol mundial. O clube do sul não tinha o estrelismo, tecnicamente era raçudo, porém jamais superior se compararmos os nomes, mas guardava na manga a sua experiencia de atletas como Iarley, anteriormente campeão do mundo com o Boca Juniors, fazendo a linha de frente com um jovem rapaz com um futuro promissor pela frente chamado de Alexandre Pato.
Ceará, lateral de máximo empenho físico, Edinho e Fernandão retornavam ao Brasil após passagem pelo futebol da França e demonstravam um conhecimento maior também. Era fácil naquele ano menosprezar o clube gaúcho, pouca informação se passava pelo passado de um clube roubado em 2005 no campeonato nacional, e que conquistara sua Libertadores em cima do atual campeão do mundo, o São Paulo. Os gremistas, rivais do colorado, falavam em massacre. Ficaram ainda mais fervorosos ao ver o clube gaúcho classificar na semifinal em um placar apertado, enquanto o todo poderoso Barcelona aplicava uma sonora goleada.
A cancha japonesa recebia em seu gramado o time iluminado, destemido e peleador, aonde numa boa roda de chimarrão quem conta sua versão da história só não é desmentido pois era um jogo televisivo. Galvão Bueno, Haroldo de Souza, Pedro Ernesto Denardini e demais comentaristas brasileiros que narravam aquele jogo não conseguiam esconder a magia maior do futebol, em que o atleta menosprezado pela torcida, mas protegido pelo seu treinador, entra no lugar de seu capitão e marca um gol que tem placa, tatuagem, quadro e a icônica frase: “me perdoa Gabiru”.
É, da tensão do início da partida, até o esplendor e alívio do apito final, um jogo de futebol se tornara o maior ato de fé, colocando nos incrédulos que o impossível é sim possível, e baldes de refrigerante dos colorados que apostaram sem medo na vitória contra os torcedores do rival.
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