por Israel Cayo Campos
Reis e plebeus, heróis e covardes, jovens e velhos… Todos nós gostaríamos de em algum momento modificar alguma coisa de nosso passado. Algo que achamos injusto, algo que achamos um erro, algo que nos envergonha por influenciar o destino de outras pessoas… No esporte também não é diferente! Eu particularmente adoraria mudar o destino de muitas partidas de meu clube de coração, obviamente, aquelas derrotas mais doloridas.
Em outros esportes, claro se tivesse esse poder, mudaria o destino de dois grandes atletas do nosso país: O acidente automobilístico de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, em 22 de dezembro de 1981. Que fez com que o tricampeão mundial de salto triplo perdesse sua perna direita meses depois, o que além de abreviar sua grande carreira contribuiu direto para a depressão que o fez nos deixar precocemente aos 45 anos. E outro acidente automobilístico, o de Ayrton Senna da Silva, no dia 01 de maio de 1994 (aniversário do meu hoje já falecido pai), no grande prêmio de San Marino, em Ímola, que acabou por ceifar a vida do tricampeão mundial de fórmula 1 na fatídica Curva Tamburello.
Se pudesse também, mudaria o destino de Mané Garrincha, pois um dos dez maiores jogadores de futebol de todos os tempos não merecia o tratamento que teve do povo brasileiro em vida. Sem contar a falta de apoio que o povo brasileiro não soube dar ao mesmo ao não entender que apesar do gênio que foi, Mané era uma pessoa doente e que precisava e muito de ajuda! Hoje me irrita qualquer jogador nota sete ser mais lembrado como gênio do que o seu Manuel Francisco dos Santos.
E assim é claro, faria com qualquer situação ou pessoa se tivesse esse poder! Não importa se fosse na área familiar, artística, intelectual, política, literária, científica, entre outros…, mas voltando ao esporte, mais especificamente ao futebol, resolvi relembrar jogos de Copas do Mundo, os quais gostaria de ver outros resultados, ou ao menos a reparação de alguns erros do “destino”. É claro, é um gosto pessoal meu, e darei argumentos para tais situações.E mais claro ainda, é que o mundo em que vivemos, e o futebol é um dos melhores reflexos do mesmo, é imperfeito e inesperado. O que o torna o esporte mais maravilhoso entre todos!
A Copa do Mundo é o principal torneio esportivo do planeta, e dita as tendências para o esporte por pelo menos quatro anos de intervalo entre um torneio e outro. A partir dessa premissa, se tivesse o poder de utilizar um DeLoreane viajar no tempo, tentaria de alguma forma (aí sinceramente não sei como), mudar esses placares!
JOGO 1: BRASIL 1 X 2 URUGUAI (COPA DO MUNDO DO BRASIL EM 1950)
O Brasil sediava sua primeira Copa do Mundo. Era o primeiro mundial do período pós-guerra, um jejum de bola rolando de 12 anos sem o torneio. Jogávamos em casa, tínhamos um time melhor (com direito a não convocar os veteranos mas ainda craques Heleno de Freitas e Leônidas da Silva), jogamos mais partidas (seis jogos contra apenas quatro dos uruguaios), aplicamos maiores goleadas (contra Espanha e Suécia), jogávamos pelo empate, tivemos o grande artilheiro do torneio (Ademir Menezes), abrimos o placar com Friaça aos dois minutos do segundo tempo, com mais de duzentas mil pessoas no jovem estádio do Maracanã a nos empurrar… Apesar de já campeão do mundo em 1930, o Uruguai não tinha uma campanha comparável à nossa! O título tinha que ser nosso! Mas não foi… Com calma Schiaffino e Ghiggiaviraram o jogo e conquistaram o bicampeonato para a Celeste Olímpica. A primeira grande tragédia do futebol brasileiro.
Essa derrota causou um enorme impacto nos jogadores e torcedores brasileiros. O Maracanazzo, o “Complexo de vira-lata”, a maldição da camisa branca… O futebol brasileiro criou um trauma que nem mesmo cinco campeonatos mundiais foram capazes de fazer a torcida brasileira esquecer. O goleiro Barbosa, marcado por uma falha. E a impressão até hoje que o mal planejamento para aquela partida atrapalhou o que seria nossa primeira Copa do Mundo! De uma Seleção que nome por nome é parelha a uruguaia, e os jogos anteriores a essa final (na verdade jogo final de um quadrangular) entre essas duas seleções mostravam esse equilíbrio, mas que naquele mundial, fez uma campanha muito melhor. Até os 66 minutos da última partida daquela Copa.
JOGO 2: HUNGRIA 2 X 3 ALEMANHA OCIDENTAL (COPA DO MUNDO DA SUÍÇA EM 1954)
A seleção húngara era campeã olímpica em Helsinque em 1952, chegava a Copa da Suíça como grande favorita ao título, tinha o grande jogador do futebol mundial a época, Ferenc Puskás. E na Copa do Mundo não decepcionou.
Um 9 a 0 na Coréia do Sul e um 8 a 3 na Alemanha Ocidental logo na primeira fase colocavam a geração de Lantos, Czibor, Kocsis e Hidegkuti como favoritos nos jogos eliminatórios. Nas quartas, o atual vice-campeão mundial Brasil, e uma goleada por 4 a 2 para os Húngaros (sem Puskás!), e uma semifinal contra ainda invicta em Copas e atual campeã mundial, a seleção uruguaia, nova goleada de 4 a 2! E novamente a Alemanha Ocidental em Berna, pela final do torneio. Para quem não perdia a 31 jogos (cerca de quatro anos), e já havia goleado os mesmos de oito gols, era barbada…
A barbada ainda aumentou quando com menos de dez minutos de jogo os húngaros já venciam os germânicos por 2 a 0. Mas aí aquela seleção fenomenal, como que num encanto de Cinderela virou abóbora! O campo de Berna encharcou! As travas maiores das chuteiras alemãs permitiam aos mesmos ficarem mais em pé em campo do que os húngaros, e antes do fim do primeiro tempo o jogo que parecia que ia ser mais uma goleada estava empatado! Faltando seis minutos para o fim do jogo, Helmut Rahn virava o jogo para os alemães! Era o fim de uma era da maior seleção da história do leste europeu! Puskas ainda marcou um gol de empate, mas corretamente anulado pelo bandeirinha!
A derrota para os alemães no que ficou conhecido como o milagre de Berna teve consequências sérias não só para aquela geração húngara de futebol magistral, como também para todo o futebol do leste europeu, que a partir de então, começou a enfraquecer perante o ocidente, e até o futebol de outras confederações. Talvez um título que seria mais que merecido para aquela brilhante geração húngara na Suíça permitisse um maior desenvolvimento do futebol do leste europeu, que só foi ter novamente um finalista de Copa do Mundo em 2018 (64 anos depois), com a Croácia. Uma das maiores injustiças da história das Copas do Mundo! Que eu mudaria se pudesse por acreditar que aquele time não foi só o melhor daquela Copa, bem como um dos maiores de todos os tempos!
JOGO 3: INGLATERRA 4 X 2 ALEMANHA OCIDENTAL (COPA DO MUNDO DA INGLATERRA EM 1966)
No caso específico desse jogo, talvez não mudasse o resultado do torneio, pois não há como se saber o que não aconteceu. Para mim, ambos que chegaram a final da Copa do Mundo da Inglaterra eram merecedores do título. A Alemanha Ocidental de Franz Beckenbauer e Uwe Seeler, contra a Inglaterra dos Booby’s Moore e Charlton!
A situação que mudaria nessa final seria o terceiro gol inglês marcado por GeoffHurst aos dez minutos de prorrogação quando a partida estava empatada em dois tentos a dois! Até hoje ninguém sabe ao certo se a bola de Hurst de fato entrou ou não no gol do alemão Tilkowsky! Infelizmente a tecnologia da linha do gol estava décadas a frente para ser inventada, e por isso, até hoje paira suspeita no único título de Copa do Mundo conquistado pela Inglaterra.
É bem verdade que faltando um minuto para o fim da prorrogação o mesmo Hurst marcou mais um gol para os ingleses fechando o caixão alemão em 4 a 2, mas esse gol não pode ser considerado prova de que os ingleses venceriam com ou sem o terceiro e polêmico gol. A Alemanha já havia partido ao ataque desesperadamente em busca do empate, e deixara espaços para o quarto gol Inglês.
Se pudesse levaria a tecnologia da linha do gol para 1966 e veria se de fato a bola entrou ou não, corrigindo ou mantendo o erro histórico! Ou simplesmente não daria o benefício da dúvida não validando o gol que provavelmente nem o juiz teve convicção plena de que a bola entrou ou não! Se em uma nova partida, ou em um sorteio, ou até ainda nessa prorrogação outros gols legítimos saíssem, não importando de que nação fosse, ao menos o sentimento de ser campeão de maneira justa pairaria sobre esse jogo! Nesse caso não mudaria especificamente o resultado do jogo como creio ter ficado bem claro, mas sim um lance crucial da partida, que acabou por mudar o resultado da mesma!
JOGO 4: BRASIL 0 X 0 ARGENTINA (COPA DO MUNDO DA ARGENTINA EM 1978)
Em 1978, até os dias atuais, paira a suspeita de que o Peru entregou o jogo para os argentinos, perdendo por 6 a 0 para que os hermanos pudessem ir à final de seu mundial em casa!
Tudo isso poderia ser evitado se a partida anterior dos argentinos, contra os brasileiros do técnico Cláudio Coutinho tivesse saído com um vencedor.
Não cabe a mim dizer quem deveria vencer a partida, pois obviamente escolheria que o vencedor fosse o Brasil. Embora admita que os melhores lances de gol desse jogo conhecido como a “Batalha de Rosário” tenham sido da seleção comandada em campo por Daniel Passarela e Mario Kempes. Um gol perdido por Ortiz com o goleiro brasileiro Leão já caído no chão é um exemplo de um jogo parelho, mas com uma leve vantagem para a albiceleste. O Brasil também perdeu boas chances, com Gil e Roberto, mas principalmente graças ao mérito do goleiro argentino Fillol.
Para mim, mais importante do que ser Brasil ou Argentina, gostaria que essa partida especifica tivesse um vencedor, mudaria o resultado de empate da mesma exatamente para retirar o cheiro de marmelada que ficou no torneio poucos dias depois quando a Argentina passeou contra o Peru. Se o Brasil tivesse vencido a partida contra os argentinos, pouco importaria a goleada sobre os peruanos, se fossem os argentinos os vencedores, uma vitória simples sobre os peruanos, o que é algo normal, ou até mesmo uma goleada contra uma seleção já eliminada não causariam tanto furor e desconfianças para o mundo do futebol.
JOGO 5: BRASIL 2 X 3 ITÁLIA (COPA DO MUNDO DA ESPANHA EM 1982)
O que dizer dessa Seleção brasileira e dessa partida contra a Itália? Praticamente tudo já foi dito! Que o Toninho Cerezo não deveria passar a bola pelo meio da área, que alguém deveria ter pego o Paulo Rossi em dia inspirado, que após o empate em 2 a 2 o técnico Telê deveria ter recuado o time para impedir o terceiro gol italiano…
Eu particularmente mudaria o resultado desse jogo não apenas pelo Brasil, pois em mim pairam dúvidas se essa Seleção passando nem que fosse com um empate contra os italianos seria campeã do mundo.
Eu mudaria de fato o resultado desse jogo em prol do Brasil pois após o mundial da Espanha com os italianos vencendo o torneio após passarem da primeira fase de maneira sofrível com três empates, o futebol passou a ser visto de uma maneira diferente! A técnica e a qualidade dos jogadores passaram a ser segundo plano! Primeiramente tornou-se necessário impedir o adversário de jogar, depois se conseguir um gol e mais uma vez se retrancar, era o início da força física dominando a habilidade!
Nas Copas seguintes, esse estilo de jogo se tornou padrão! Não era importante mais ter craques no time! Toque de bola! Belos dribles! O importante é cumprir a função tática, ser efetivo e se recolher na defesa! (tal maneira de jogo obrigou a FIFA a mudar as regras do esporte tentando o deixar novamente mais agradável aos espectadores). Por fim, essa não foi uma derrota do futebol brasileiro, mas sim do futebol arte, do futebol ofensivo, para o futebol burocrático de resultados! O por essa morte, eu mudaria o resultado desse jogo!
JOGO 6: ALEMANHA OCIDENTAL 3 X 3 FRANÇA (COPA DO MUNDO DA ESPANHA EM 1982)
A primeira coisa que deveria ser mudada era o adversário da França na semifinal da Copa do Mundo da Espanha em 1982, pois em um jogo de compadres, os Alemães Ocidentais combinaram um resultado de vitória simples sobre a Áustria para eliminar a Argélia.
Voltando para o jogo em questão, um dos maiores de todas as Copas! Com direito a em uma jogada de Breitner, Littbarski abrir o placar contra os franceses de Michel Platini. O próprio, Trésor e Giresse (os dois últimos já na prorrogação) colocaram a França com um 3 a 1 sobre os alemães. Era a primeira final francesa!
Um pouco antes dos gols franceses, o jogo ainda não estava definido, até que Platini acerta um belo passe para Battiston que entra na cara do goleiro Schumacher, o arqueiro germânico esquece a bola e ataca violentamente o francês em uma agressão que quebra 3 dentes de Battiston! O mesmo sai de maca e para o goleiro alemão sequer é marcada a falta, o que dirá uma justa expulsão. Se pudesse eu mudaria a decisão do juiz expulsando o goleiro alemão. Até porque se tratava de um lance de último homem, e de uma clara agressão para o goleiro. Com um a menos e perdendo por 3 a 1, seria difícil os alemães chegarem ao empate!
Com o mesmo número de jogadores, e goleiro titular em campo, a Alemanha conseguiu forças para ainda no primeiro tempo de prorrogação Rummenigge descontar e logo aos 3 minutos do segundo tempo da mesma Fischer em um belo gol empatar novamente a partida! Era a velha Alemanha Ocidental, que nunca desiste em busca de mais uma final! O jogo iria para a disputa de penalidades máximas! A primeira semifinal disputada assim!
Nos pênaltis o mesmo goleiro Schumacher, que deveria ser expulso no primeiro tempo da prorrogação provocou os franceses e defendeu duas penalidades francesas! Graças a ele, que nem deveria estar em campo, a Alemanha Ocidental estava classificada para mais uma final de mundial! O que se pudesse voltar no tempo, por uma questão de justiça, ainda mais numa época em que prorrogações fisicamente desgastavam completamente os jogadores, mudaria! Ao menos a decisão da arbitragem, e mudando a mesma, tenho a impressão que o finalista contra a Itália seria a França!
Para o futebol as consequências foram poucas, a boa geração francesa campeã da Eurocopa dois anos depois não conseguiu um título mundial (mais hoje tem dois e uma final de Copa) e Michel Platini, que na Itália era tido como o melhor jogador do futebol mundial, mesmo concorrendo com Zico, Boniek, Rummenigge e depois Maradona, não conseguiu se sagrar campeão do Mundo! Mais um para a enorme lista! Entretanto, é notória a interferência da arbitragem impedindo os franceses de chegarem a final daquele torneio.
JOGO 7: CAMARÕES 2 X 3 INGLATERRA (COPA DO MUNDO DA ITÁLIA EM 1990)
Quartas de final da fraca Copa do Mundo da Itália em 1990. Fruto ainda da ideia de 1982, as seleções priorizavam seus sistemas defensivos ao extremo. Primeiro não levar gol a fazê-los foi o lema desse mundial!
Em uma Copa repleta de vitórias por 1 a 0, empates sem gols e jogos eliminatórios indo para as penalidades máximas, quem destoava era a seleção de Camarões, do já veterano e aposentado Roger Milla (a época com 38 anos!).
Com um futebol alegre, repleto de passes, dribles, belos gols e de uma grande irresponsabilidade, os leões indomáveis começaram vencendo nada mais nada menos que a atual campeã mundial Argentina por 1 a 0, depois com um show de Roger Milla mais uma vitória sobre os romenos de George Hagi por 2 a 1 e a classificação garantida com dois jogos apenas! O terceiro realmente foi aquele da irresponsabilidade! Uma goleada sofrida para os Soviéticos por 4 a 0, não importava, Camarões era a primeira seleção africana a passar da primeira fase de uma Copa do Mundo, e em primeiro!
E para quem pensava se tratar de pura sorte, nas oitavas de final, uma vitória sobre a Colômbia do folclórico goleiro Higuita na prorrogação por 2 a 1. Novamente com dois gols de Milla, que nesse período já rivalizava com Mathaus e Maradona para craque da Copa!
Camarões era a primeira seleção africana a chegar a uma quarta de final de um mundial, e aí chegava para enfrentar a forte, mas de cintura dura seleção inglesa, que desde seu título em 1966 (24 anos antes!) não chegava sequer a uma semifinal de Copa. Foi um massacre camaronês durante todo o jogo! Mesmo saindo atrás no placar os africanos empataram e logo viraram e aí cansaram de perder gols cara a cara com o goleiro Peter Shilton! Parecia que Camarões iria vencer o jogo a qualquer momento por mais gols! Só parecia…
Faltando sete minutos para o fim do jogo um pênalti é marcado para os ingleses! Lineker, artilheiro da Copa anterior bate e coloca os Ingleses de volta na partida. O jogo iria para a prorrogação!
Nela os africanos continuaram superiores, mas ao mesmo tempo continuaram infantis, principalmente na hora de definir os belos lances criados pelo time. Se defensivamente Camarões não era um primor, ofensivamente o time mostrava muita qualidade, uma qualidade que superava a dos ingleses! Mas que não se refletia em gols! E como diria o velho jargão, quem não faz… Lineker sofre pênalti em contra-ataque armado, ele mesmo bate e coloca de maneira eficaz, mas não justa os ingleses nas semifinais daquela Copa do Mundo.
Apesar de Senegal em 2002 e Gana em 2010 terem conseguido chegar também as quartas de final, jogando um futebol bem mais europeu do que com a alegria camaronesa. E a Nigéria ter ido as fases de oitavas de final em 1994, 1998 e 2014. O insucesso de Camarões em 1990, jogando um futebol ao mesmo tempo ofensivo, mas irresponsável causou um processo de involução no futebol africano. Que cada vez mais deixou de ser um futebol alegre, passando a se espelhar no modelo de futebol físico e tático europeu.
Hoje, as seleções africanas estão jogando um futebol abaixo até do praticado em continentes como a Ásia e América do Norte! Para quem esperava uma seleção africana chegando a uma final de Copa do Mundo depois de Camarões, o que se viu foi exatamente o oposto! E por isso mudaria o resultado dessa partida levando os camaroneses pelo menos a uma semifinal contra os alemães em 1990.
JOGO 8: ITÁLIA 1 X 2 CORÉIA DO SUL (COPA DO MUNDO DO JAPÃO E CORÉIA DO SUL EM 2002)
Que me desculpem quem gosta da Coréia do Sul, mas nunca vi uma Copa com tantos favorecimentos para que o anfitrião chegasse as semifinais! E o jogo ainda nas oitavas de final contra os italianos foi o exemplo claro disso! Embora também pudesse escolher o jogo de quartas de final contra os espanhóis…
A Coréia já havia perdido uma penalidade defendida por Buffon quando em um escanteio cobrado por Totti, Vieri abriu o placar de cabeça, ao seu estilo! Em uma bobeira da defesa italiana, Seol Ki-Hyeon empatou o jogo e levou para a prorrogação. E aí começaram os erros de arbitragens esdrúxulos!
Além de um pênalti claro não marcado em Totti, o juiz equatoriano da partida ainda expulsou o camisa dez italiano alegando simulação! Até o técnico italiano Trapatoni se irritou e socou a tela de proteção que separava o banco italiano dos delegados do jogo! No segundo tempo Tommasi faz um gol legitimo (que seria o gol de ouro italiano) mas o bandeirinha marca impedimento para desespero dos italianos!
Com um a menos e cansada de lutar contra os coreanos e os árbitros da partida, a Itália levou o gol da virada de cabeça (em uma das melhores defesas aéreas do mundo!) e acabou eliminada do mundial! Nesse jogo eu mudaria de preferência o juiz e os bandeiras da partida! Sendo de merecimento que o resultado fosse favorável aos italianos, como eles demonstraram dentro de campo, mas acabaram tendo seus gols e penalidades não validados pelos árbitros!
JOGO 9: ESPANHA 1 X 0 HOLANDA (COPA DO MUNDO DA ÁFRICA DO SUL EM 2010)
Esse jogo eu sei que os fãs do “Tiki-Taka” vão me criticar! Tudo bem, mas a verdade é que nunca me agradou esse estilo de jogo praticado pela Espanha! Um estilo de futebol enfadonho, sempre com muita posse de bola, mas poucos lances de habilidade individual e pouca objetividade! Atualmente, o futebol espanhol pena em torneios importantes exatamente por ter a posse de bola a maior parte do tempo, mas sofrendo para conseguir marcar gols! Por sinal, a primeira fase espanhola teve uma derrota para a Suíça por 1 a 0, uma vitória suada contra o Chile por 2 a 1 e uma vitória também suada contra a fraca Honduras por 2 a 0.
Na fase eliminatória foi pior! Quatro vitórias por 1 a 0, contra Portugal, Paraguai (Onde contou com Casillas defendendo pênalti e salvando a Espanha!), Alemanha e a final Holanda! Nem as seleções italianas campeãs com seus esquemas de cadeado fizeram tão poucos gols em uma Copa do Mundo!
Em contrapartida, a Holanda, que já tinha uma tradição de finais de Copa (duas contra nenhuma dos espanhóis!), Venceram a boa Dinamarca por 2 a 0, o Japão que veio a ser segundo do grupo por 1 a 0 e Camarões por 2 a 1 na fase de grupos! 100% de aproveitamento! Nas oitavas de final a volta de Robben e uma vitória por 2 a 1 sobre os eslovacos (que haviam eliminado na fase de grupos os atuais campeões mundiais italianos), Nas quartas de final mais uma vitória contra os favoritos brasileiros por 2 a 1 e nas semifinais uma vitória por 3 a 2 sobre a Seleção uruguaia do melhor jogador da Copa, Diego Forlán. A Holanda chegava a final da Copa com seis vitórias e 12 gols marcados! Além de uma dupla de jogadores individualmente em grande fase: Sneijder e Robben!
Na final, novamente aquele jogo enfadonho espanhol. Acho que os times iam sendo derrotados devido ao sono que o futebol adversário causava! Robben teve a grande chance de dar o primeiro titulo mundial a Holanda, mas parou em IkerCasillas, de fato, melhor goleiro da Copa! No final do segundo tempo da prorrogação o castigo veio a galope! Iniesta marcou e deu o título aos espanhóis!
Eu mudaria o resultado dessa final e daria aos holandeses, principalmente pela campanha dos mesmos e o melhor futebol praticado durante o campeonato na África do Sul! Pessoalmente, nunca me agradou o estilo de jogo espanhol, e depois da Copa das Confederações de 2013, meu desagrado por esse estilo de jogo se tornou comum a outros espectadores de futebol! Eu particularmente acho a Espanha de 2010 a pior campeã mundial de todas as 21 edições de Copas de Mundo até hoje! Se fosse a Holanda, pelo menos contra a Itália de 2006 ela iria competir! E por isso mudaria o resultado dessa Copa! Pro bem de quem gosta de assistir jogos de futebol!
JOGO 10: BRASIL 1 X 1 CHILE (COPA DO MUNDO DO BRASIL EM 2014)
O Brasil enfrentou o Chile nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014 em casa, antes disso, havia passado de maneira suspeita pela Croácia, empatado pela primeira vez em Copas com o México e vencido Camarões, a pior seleção do torneio de goleada. Uma campanha razoável para a maior Seleção de todos os tempos jogando em casa.
Para o torcedor o importante é vencer, mas para quem assiste futebol, o Brasil demonstrava que não ia ser campeão daquele torneio, e o jogo contra o Chile foi o primeiro golpe que culminou na humilhante derrota para a Alemanha!
Depois de um empate em tempo normal com gols de Thiago Silva para o Brasil e Alexis Sánchez para o Chile (Assim como o México, era a primeira vez que empatávamos com o Chile em um mundial!), levamos uma bola na trave no último minuto da prorrogação do atacante reserva chileno Pinilla (que teve apagada atuação pelo Vasco da Gama)! Era aí que mudaria o resultado. Para mim aquela bola deveria ter entrado!
Na disputa de penalidades, o capitão do time teve crise de choro, jogadores tremeram para bater e se não fosse Júlio César o Brasil não se classificaria as quartas de final. Das quartas em mais um jogo suado contra um antes fácil adversário, um 2 a 1 sobre a Colômbia e a classificação para a semifinal do mundial contra a Alemanha!
Na semifinal mais um motivo pelo qual mudaria o placar contra o Chile. A goleada sofrida pelos alemães foi o pior resultado de uma Seleção brasileira em mais de 100 anos de história. E em uma Copa do Mundo! E na nossa casa! Os alemães nada tem a ver com isso, venceram com méritos, mas se o Brasil tivesse sido eliminado pelo Chile, não teríamos passado por tamanha vergonha com uma camisa tão gloriosa como a nossa!
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