por Ivaneguinho

Conceitos e pareceres sempre foram, dentro do futebol, motivos de debates saudáveis. Hoje, resolvi escrever, motivado por opiniões que tenho lido, assistido e escutado sobre o futebol atual, que dizem ser “super moderno”. Algo com o qual não concordo.
Laterais apoiando o ataque? O que diriam os “alas” Nilton Santos, Marinho Chagas, Carlos Alberto, Rodrigues Neto, Júnior, Leandro, Toninho Baiano, Vladimir e tantos outros do nosso futebol, hoje classificado como arcaico? E os “cabeças de área” de tempos atrás, que são rotulados como truculentos? Posso citar vários com mais técnica e classe do que os que atualmente são “endeusados” como jogadores modernos. Só para mencionar alguns: Zito, Dino Sani, Carlinhos Violino, Clodoaldo, Carbone, Falcão, Cerezo, Andrade, Carlos Roberto, Nei Conceição…
E os goleiros? Os de hoje são realmente melhores do que Gilmar, Castilho, Veludo, Barbosa, Manga, Lev Yashin, Sepp Maier, Dino Zoff e tantos outros?
Agora, os atacantes… Aí é que não dá para comparar mesmo! Só para ficar nos brasileiros: como explicar que, hoje, se um jogador recuar a bola para o goleiro, ele não pode mais pegá-la com as mãos? Antigamente, quando o “dianteiro” encurralava o zagueiro, este rapidamente devolvia para o “arqueiro”, que segurava a bola. Na regra atual, o goleiro não pode mais pegá-la. Dentro desse panorama, a tarefa dos atacantes deveria ser muito mais fácil.
No entanto, não consigo entender como, com toda a proteção que os cartões amarelo e vermelho dão aos jogadores de frente, um atacante consegue terminar um campeonato com 30 rodadas ou um ano com 60 jogos e se sentir satisfeito por ter marcado apenas 13, 15, no máximo 25 gols! Esse número era a quantidade mínima que atacantes do Bangu, América, Olaria, Madureira, Bonsucesso, São Cristóvão e Portuguesa costumavam fazer jogando contra grandes equipes.
De uns tempos para cá, criaram a frase: “Não há mais bobo no futebol!”. Principalmente quando clubes brasileiros e a Seleção Brasileira perdem para times ou seleções inexpressivas. Eu digo: nunca houve e nunca haverá bobo no futebol! O que sempre existiu – e sempre existirá – são os “pernas de pau”, “perebas”, “pés de chumbo”, “arranca-tocos”, entre outros.
Dizem que o futebol está igualado. Concordo! Mas não por excelência, e sim por precariedade. O nível se homogenizou pela falta de talentos! Agora me expliquem: se o futebol melhorou, por que não vemos surgir jogadores do nível de Zico, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Reinaldo ou, no mínimo, um artilheiro como Dadá Maravilha? E olha que nem estou sendo exigente, não citei Pelé, Garrincha, Rivelino, Tostão, Gérson, Jairzinho ou PC Caju!
Eles não melhoraram. Nós é que pioramos!
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