por Reinaldo Sá
Esse jogo Mario Sergio dedicou ao sogro, que na época já não estava presente fisicamente, contudo, diante da grande constelação e mais próximo a Deus, emanava vibrações positivas à Terra do Sol Nascente. Essa era a partida da vida de um maestro de toques refinados e uma habilidade rara com a bola, além de um raciocínio rápido e temperamento bastante peculiar.
Cria da várzea, das duplinhas de ladeiras, dos campos de terra batida, se destacaria na altinha, futevôlei e qualquer modalidade com bola devido a sua técnica apuradíssima. Apesar de suas declarações polêmicas, elas nunca ofuscaram seu belíssimo futebol. Tanto que isso não preocupou o técnico Valdir Espinosa que o convenceu a assinar um contrato de três meses para a disputa do Mundial Interclubes, em Tóquio, na capital japonesa, diante do Hamburgo, da Alemanha.
Tita havia voltado para o Flamengo após a venda do Zico para a Udinese e, por isso, o presidente do Grêmio, Fábio Koff, foi buscar os devidos reforços para esse histórico duelo e, para mim, Mario Sergio, o Maestro da Bola, foi o principal deles. E olha que também veio o tricampeão mundial Paulo Cesar Caju.
E o Grêmio dominou e destruiu as trincheiras alemãs, ocidentais na época. Foi uma verdadeira blitz, os adversários ficaram atônitos e, porque não, admirados, com os toques de classe e as arrancadas fulminantes e dribles desconcertantes do jovem atacante Renato Portaluppi. Harmonia total. Quatro décadas se passaram. Enquanto todos vibravam intensamente por essa épica conquista, o Maestro Mario Sergio olhou para o horizonte e agradeceu primeiro a Deus e depois por quem sempre acreditou em sua carreira, o seu sogro que espiritualmente sorria de alegria por essa mágica conquista .
Que timaço recheado de craques.