por Zé Roberto Padilha
(psicografado)
Caro Rogério, bom dia. Gostaria de saber se, quando você escolhia seu time na pelada de dois toques no São Paulo, não optava pelos melhores?
E o que é o futebol senão uma pelada organizada onde os melhores ocupam as posições e não as posições definem quem são os melhores?
Quando fui técnico da seleção brasileira, resolvi que teríamos o mais poderoso dos ataques. E convoquei os principais camisas 10 do futebol brasileiro: o do Botafogo, Jairzinho, do Santos, Pelé, do Cruzeiro, Tostão, e do Corinthians, Rivellino. O episódio da convocação ficou conhecido como “As feras do Saldanha”.
Sabe qual foi o resultado, não? O maior e mais poderoso ataque de todas as oCpas, que nos levou ao tricampeonato mundial. Bastou abrir o Jair numa beirada, Rivellino na outra, e avançar o Tostão para entender um Pelé que vinha detrás.
Os craques se entendem. Os pernas-de-pau se desentendem.
Agora, vejo daqui de cima você entrando com o Gabigol e deixando o Pedro no banco. E vice versa. Se são os melhores atacantes que o Flamengo tem, por que deixar um de fora?
Se fosse fazer como você, teria que escalar o Dario e deixar o Tostão no banco. E sabe quando a força física substituiria a inteligência no comando do nosso ataque?
Então, contra o Grêmio, na quinta, escale os dois. Faz de conta que vai entrar com os melhores jogadores pelo critério talento e categoria. Não mais por posição.
O futebol é uma pelada organizada. E quem escolhe e escala os melhores, geralmente, desorganiza é a defesa adversária.
Boa sorte.
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