por Zé Roberto Padilha
Em meio ao desaparecimento do camisa 10 em nosso futebol, a ponto do protagonismo das jogadas que decidem estarem nos pés de estrangeiros (Arias, no Flu, Arrascaeta, no Fla e Payet, no Vasco) chegou a hora do Fluminense entregá-la ao Marcelo.
Com a ausência do Ganso, suspenso, ele ocuparia sua vaga no meio-campo e seria o nosso maestro. Diogo Barbosa e Alecsander é que vão se incumbir de proteger o lado esquerdo para lhe conceder liberdade de criação.
Quando Júnior voltou ao Flamengo, depois de uma temporada no futebol italiano, ele deixou a camisa 6 para o Adalberto e foi pro meio merecer o apelido de Maestro. Um maestro não corre atrás das partituras, ele é que comanda a orquestra.
Um desperdício tem sido colocar o Marcelo na lateral-esquerda. Quando apoia, realiza grandes jogadas, faz gols e fornece assistências. Por que obrigá-lo a voltar correndo para a lateral?
E ele possui, além do talento, o equilíbrio que falta ao Felipe Melo, sempre de cara amarrada e criando confusão. Ao contrário, tem sido um cavalheiro dentro de campo, joga sorrindo, feliz e é um dos poucos que ajudam o adversário a se levantar.
Dê a César o que é de César. Quando Jesus proferiu essa frase, ele quis dizer que “todos devem cumprir suas obrigações, sejam diante do governo ou de Deus”. Sendo assim, Fernando Diniz, dê ao Marcelo o que é do Marcelo.
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