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COPA DESCARACTERIZADA

21 / novembro / 2022

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

A Copa do Mundo começou, mas confesso que ainda não me acostumei com o fato de ser no fim do ano. Na verdade, o que eu nunca vou conseguir me acostumar – e muito menos aceitar – é o preconceito e a violação dos direitos humanos. Como o próprio nome diz, a Copa do Mundo é um evento mundial, que reúne diversas culturas e resulta em uma linda festa. Na atual edição, no entanto, predomina um clima sombrio, com liberdade restrita, sobretudo das mulheres.

Recentemente, foi notícia pelo mundo inteiro a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, espancada brutalmente após ser abordada pela polícia moral do Irã por não estar usando seu véu de maneira adequada. Já falei aqui na coluna algumas vezes que não achei uma boa escolha o Catar sediar o Mundial e só agora a ficha e as máscaras estão caindo. Respeito qualquer cultura, mas não dá para aceitar criminalizar a homossexualidade, por exemplo.

Se já não fosse o bastante, li que o Catar gastou mais de US$ 229 bilhões para sediar a Copa do Mundo 2022. Para se ter uma noção dos valores, a Rússia gastou US$ 11,6 bilhões em 2018, o Brasil US$ 15 bilhões em 2014 e a África do Sul US$ 3,6 bilhões quatro anos antes. A impressão é que a FIFA está interessada somente em encher o bolso dos dirigentes e fiquei indignado ao saber que milhares de trabalhadores imigrantes morreram durante as obras para o Mundial por estarem submetidos à condições desumanas. Sabe qual é o pior? Os jogadores, donos do espetáculo, no centro dos holofotes, não se manifestam, não opinam, não fazem nada para mudar essa cultura desprezível da maior entidade do futebol mundial. Lamentável!

Sobre a competição em si, confesso que esperava outra postura do Catar diante do Equador. Parece que foi o primeiro anfitrião na história a perder na estreia da Copa do Mundo. O Brasil estreia na quinta e não pensem que será um jogo fácil contra a Sérvia. Aliás, nem contra a Sérvia, nem contra a Suíça, que jogam um futebol defensivo, agressivo e preparado. Vale destacar que o jogo de estreia é importantíssimo para adquirir confiança, ainda mais que nosso plantel reúne diversos jogadores jovens, que nunca participaram do maior torneio do planeta! Ao contrário do que muitos pensam, estou na torcida pelo Hexa!

Pérolas da semana:

“Medir a altura das linhas para chegar com intensidade no último terço do campo, antes da subida da linha de três ou da descida da linha de 4”.

“Com a perna invertida, o jogador de beirinha faz a diagonal por dentro e ativa o conceito de jogar para dar uma identidade ao time com consistência, chamar a marcação e centralizar o time propositivo”.

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