por Zé Roberto Padilha
Qual jogador de futebol conseguiria, hoje, saltar mais de um metro e ter o tempo da bola para alcançá-la no terceiro andar?
Pelé foi um atleta quando todos eram jogadores de futebol. Tinha uma musculatura forte, natural, que lhe concedia força e velocidade, e que só artificialmente ficou à disposição dos nossos jogadores a partir de 1974.
A Alemanha, campeã mundial, introduziu o futebol força e seu feito saiu distribuindo máquinas Apolo e Gladiador por todo o mundo. Quando elas chegaram, Pelé se despediu.
Quando respondo para meus filhos e netos quem foi Pelé, porque ele foi considerado o Rei do Futebol, sempre cito como exemplo um adulto jogando bola entre as crianças.
Os zagueiros batiam nele e caíam. A velocidade era de um Mitsubshi fazendo 100 metros em 0,5 segundos contra 50 segundos, de uma Kombi, dos que ousavam tentar acompanhá-lo. Seus chutes, com os dois pés, furavam as redes. Tiveram que reforçá-las.
Suas fibras fortes, herança dos seus ancestrais, não foram alcançadas no sedentarismo da Casa Grande, mas na capoeira, nas estratégias de fugas contra a opressão dos que viviam nas Senzalas.
Um gênio que surgiu fora do seu tempo. Depois dele, alguns súditos fizeram bonito. Dentro do seu próprio tempo. Nada que se aproximasse de sua genialidade.
Por isso, Pelé será eterno.
Perfeita definição do ET de três de corações….