por Victor Kingma
No final dos anos 60, o Atlético-MG, treinado por Yustrich, tinha uma jogada mortal: os cruzamentos precisos do ponteiro esquerdo Tião para as cabeçadas de Dario. A jogada, inicialmente batizada de “cavadinha” e que acabou sendo eternizada como“chuveirinho”, consagrou o grande Dadá Maravilha, recém chegado ao Galo, vindo do Campo Grande, do Rio. Foi responsável por muitos de seus gols.
Certa vez, no último coletivo antes de um clássico contra o Cruzeiro, o grande rival, Yustrich, estranhamente, passou boa parte do treino ensaiando lances pela direita.
Tião, isolado na ponta esquerda, logo questionou o treinador:
– Me desculpe, professor, mas nosso ponto forte é o “chuveirinho!” E eu estou o tempo todo aqui sem receber a bola.
Ai o “Homão”, como também era conhecido o truculento treinador, em tom paternal, o acalma:
– Meu filho, já esqueceu de quem vai te marcar domingo? É o Pedro Paulo (vigoroso lateral cruzeirense, que batia até na própria sombra). No segundo ou terceiro cruzamento que você der em cima dele ele vai estourar o cano do seu “chuveirinho” e ai nossa jogada vai por água abaixo.
Por isso tenho que treinar alternativas com o Buião, pela ponta direita.
Victor Kingma
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