texto: Mauro Ferreira | fotos: Marcelo Tabach
O velho Zarani foi jogar futsal em outras bandas. Peladeiro nato, daqueles que perde o casamento do irmão, mas não perde a pelada, o jornalista Newton Zarani, 39 anos de Jornal dos Sports e primeiro jogador federado de futebol de salão do mundo, foi chutar a bola pesada em bandas extraterrestres na madrugada fria desse 11 de maio de 2020. Quis o destino que esbanjasse sua“catiguria” nas quadras terráqueas até os 82 anos e frequentasse a do Club Municipal diuturnamente, até os 93.
Cobriu quase todos os esportes ditos amadores, mas foi no basquete e no futsal que “sentou praça”. Era o colo de muito “foca” – e o esporro, também. Todos eram acolhidos com carinho; no primeiro vacilo, assanhamento, um chega pra lá sutil derrubava o aventureiro do seu pedestal recém construído. O melhor de Zarani, era o Zarani. Escrevendo, jogando, convivendo. Não à toa, uma legião de seguidores chora sua ausência, mal ergueu a mão esquerda num adeusinho unido ao seu indefectível sorriso de canto de boca. Como definiu um estagiário observador o sorriso mais não-sorriso do mundo.
É, velho, seu legado é muito mais extenso do que você e seus filhos imaginavam. Mais infinito que o próprio infinito. Se você pensou em morrer, pensou errado. Taí uma coisa que sua teimosia não vai conseguir. Como Getúlio – sem a política e o desatino do Getúlio -, você saiu da vida pra entrar para a história. E foi além. Impregnou em todos com quem conviveu um cheiro peculiar:
O cheiro da saudade!
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