por Elso Venâncio, o repórter Elso
A bola rola nas Eliminatórias e os fracos adversários não servem de teste para a seleção brasileira. Neymar, nosso craque maior, volta a ser o centro das atenções, sabe de sua importância, mas não há necessidade de mimos. Ele foi destaque em Belém, deve ser de novo em Lima, mas não há necessidade de mimá-lo ainda mais. Afinal, Neymar vai para sua quarta Copa do Mundo sem ter conquistado uma sequer.
A CBF, em tabela com a televisão, homenageou o atacante do Al-Hilal, mesmo sabendo que Pelé não foi verdadeiramente superado. A entidade tem os números corretos. Foram 95 gols marcados por Pelé, em 113 partidas. Neymar chegou a 79 em 125 jogos.
O Santos, sim, respondeu de imediato. Colocou em seu site os números de seus dois maiores goleadores na seleção – com Pelé, claro, à frente. A FIFA, porém, não considera jogos contra seleções locais, combinados, muito menos diante dos times que a seleção enfrentava mundo afora na Era do ‘Rei do Futebol’. Cito apenas três exemplos: antes da Copa de 1970, o Brasil, sob comando do técnico João Saldanha, enfrentou a seleção gaúcha em Porto Alegre, o Atlético no Mineirão e o Bangu no estádio de Moça Bonita.
Os adversários na época de Pelé eram mais difíceis de serem batidos. O jogo, mais violento, e para onde olhássemos víamos um punhado de craques.
Segundo um levantamento do ‘Extra’ – que inclui apenas jogos em competições oficiais, não valendo amistosos –, Pelé soma 43 gols pela seleção; Ronaldo, 39; e Romário, dois a menos que o Fenômeno. Ainda de acordo com o jornal, Neymar marcou 35, ou seja, no momento está ainda em quarto lugar na lista.
Portanto, não é hora de ‘oba-oba’, como placa comemorativa e Neymar cercado e paparicado pelos próprios companheiros. Nos Estados Unidos, Canadá e México, Neymar estará com 34 anos e jogando a sua última Copa.
A festa e toda a euforia em Belém demonstra a carência do torcedor com a sua maior paixão. Levam, em troca de dinheiro alto, a seleção para jogar no exterior, contra adversários inexpressivos, esquecendo-se que os brasileiros têm direito de curtir de perto seus ídolos.
Sem intercâmbio com as potências mundiais, fracassamos nos últimos Mundiais. Além disso, não temos os geniais Didi, Garrincha, Romário e Ronaldo. Muito menos Pelé, que nunca será considerado pelo Mundo do Futebol um ‘Rei Morto, Rei Posto’. Mas, sim, um morto Rei que nunca deixará seu posto!
Até o momento Pelé eu incomparável. Quem viu, e eu vi, provavelmente insubstituível