por Idel Halfen
Que marca esportiva é aquela que veste o Aston Villa? E a do Sevilla?
Tal pergunta poderia ter como foco alguns outros times de futebol, cricket, rugby, equipe de Fórmula 1 e até tenista.
Estamos falando da Castore, uma empresa britânica fundada em 2015, mas que já marca presença no mercado esportivo e nos inspira a discorrer sobre duas situações interessantes no âmbito de gestão.
A primeira diz respeito ao seu surgimento, que teve como motivação a insatisfação dos dois irmãos fundadores – ambos ex-atletas – com a qualidade dos produtos esportivos existentes no mercado.
Esse tipo de situação é bastante usual quando falamos de empreendedorismo, onde grande parte dos negócios é criada a partir de necessidades identificadas por pessoas que habitam dado mercado.
Poderíamos até estender esse raciocínio para o lançamento de produtos por empresas já estabelecidas, mas nesse caso há uma série de processos que conferem maior complexidade e, claro, assertividade aos novos desenvolvimentos.
Contudo, no caso da Castore, o cenário é um pouco diferente, já que passou a participar de um mercado dominado por marcas globais como Adidas, Nike e Puma, além de várias outras com boas presenças regionais.
Aqui passamos para o segundo ponto da nossa análise: o trabalho de posicionamento, o qual é fundamental para que as marcas possam se destacar e assumir uma posição de liderança em algum atributo na mente do potencial consumidor.
A Castore, fruto inclusive da motivação de sua fundação, opta por se colocar como uma marca de altíssima qualidade, o que, apesar de tangível, guarda aspectos subjetivos, principalmente em um mercado onde os concorrentes investem fortemente em inovação.
Ainda que os produtos sejam realmente de excelente qualidade, esse tipo de percepção não é das mais fáceis, o que faz com que a Castore invista fortemente no patrocínio/fornecimento de equipes e esportistas como forma de associar performance à qualidade. Todavia, a concorrência já segue esse caminho em diversas modalidades esportivas, o que cria mais obstáculos para a marca inglesa.
É cedo para criticar a opção de posicionamento da marca inglesa, até porque fatores como precificação e distribuição têm forte influência, porém, é preciso registrar que costuma ser bastante arriscado transformar uma suposta vantagem competitiva em um posicionamento, principalmente quando este é também almejado por marcas mais tradicionais e com maior capacidade de investimento.
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