:::: por Paulo Cezar Caju ::::
Se tem algo que me deixa intrigado no futebol brasileiro é o rodízio de treinadores. É o futebol-churrascaria!!!! Os empresários, como garçons, vão passando de clube em clube oferecendo seu cardápio, aquele velhinho, amarelado, com as folhas despencando: “Vai um Mano, aí?”, “Olha um Marcelo Oliveira, no ponto!”, “Quem vai de Cuca no espeto?”. E nessa brincadeira o Inter ressuscitou o Celso Roth. Deve estar mal passado, mas pelo jeito não tem outro.
A carne dura de Argel não funcionou no Colorado, foi para o Figueirense e já voltou para o matadouro. Antes, o Inter tinha tentado o Falcão, peça nobre, mas basta perder duas para a cabeça dos professores serem entregues de bandeja ao olho da rua.
O baiano Cristóvão está vivendo dias apimentados no Corinthians e já já vai para o Cruzeiro em troca do Mano, e Cuca volta para o Botafogo, Levir sai do Flu e vai para o Atlético e a mesmice se perpetua. Vou dar uma dica aos dirigentes: Joel Santana, Jair Pereira, Vanderlei Luxemburgo e Renato Gaúcho, carnes esquecidas, estão de bobeira.
Ué, se o Celso Roth voltou, por que não eles??? Se não se formam novos treinadores, se os ex-jogadores não conseguem espaço ou não se interessam por esse cargo, sou totalmente a favor de intercâmbio com profissionais estrangeiros, isso, carnes uruguaias, argentinas, alemãs, espanholas, principalmente no comando da seleção brasileira, que continua insistindo na carne gaúcha. Vamos ver até quando vai essa data de validade.
– texto publicado originalmente no jornal O Globo, em 3 de setembro de 2016.
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