por Luis Filipe Chateaubriand
O Campeonato Brasileiro de 1978 trouxe uma imensa surpresa ao mundo de nosso futebol, ao se ter o modesto Guarani de Campinas como campeão.
O time do clube do interior paulista tinha grandes jogadores, como Zenon e Renato “Pé Murcho”. Entre eles, sobressaía Antônio de Oliveira Filho, o garoto Careca, no frescor de seus 17 anos.
O centroavante Careca unia técnica plena com incrível audácia.
Tinha habilidade e força com as duas pernas. Assim, tanto preparava com a esquerda para chutar com a direita, como preparava com a direita para chutar com a esquerda.
Veloz, eram constantes as situações em que adiantava a bola para ele mesmo, onde vencia os zagueiros adversários na corrida e chegava à frente sem marcação.
Ótimo no drible, priorizava a utilização do recurso quando estava próximo ao gol, onde o drible implicava condições de assinalar tentos.
Bom cabeceador, era especialista em ir ao encontro da bola, ao invés de esperá-la, para o cabeceio.
Seu chute era sempre colocado – às vezes forte, às vezes sutil.
Quando saiu do Guarani, foi brilhar no São Paulo. Daí, seguiu para o italiano Napoli, onde formou com Diego Armando Maradonna uma das maiores duplas de frente de todos os tempos!
Seguiram-se, também, passagens pelo futebol japonês e pelo Santos.
Na Seleção Brasileira, não teve sorte na Copa do Mundo de 1982, onde foi cortado por contusão. Contudo, nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, foi muito bem – especialmente na primeira.
Este redator lembra de uma certa má vontade da Imprensa Carioca com Careca, uma injustiça. Possivelmente, porque o craque era um constante concorrente de Roberto Dinamite nas convocações.
Muitas vezes, escutei coisas do tipo “o Careca só faz pilhas de gols no Guarani porque o Jorge Mendonça, que é o craque de verdade, coloca ele na cara do gol toda hora”. Ou, quando no São Paulo, “o Careca é jogador de clube, não funciona na Seleção”.
Bom, é melhor ouvir isso do que ser surdo…
Careca tinha um lema: “contra zagueiro valentão, deixe-o de bundinha no chão”. Palmas! Como diria El Pibe Don Diego Armando Maradonna, “belíssimo, Antônio!”.
Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!
Para mim um dos melhore. Centroavantes que vi jogar .