por Paulo-Roberto Andel
E finalmente chegamos ao hexa no Beach Soccer em cima da Itália. É bom que se diga: hexa se considerarmos apenas os Mundiais da FIFA, a partir de 2005. Antes disso, com a organização da BSWW, foram disputadas outras dez Copas do Mundo e ganhamos nove. Seja qual for o ponto de partida da análise, o fato incontestável é que o Brasil manda na areia com sobras. Se a honrada camisa amarela tem sofrido nos gramados, no granulado ela desfila e passeia.
Tudo veio de longe, muito longe, até chegarmos a essa visibilidade e expressão mundial no esporte. Falando de 1995 até aqui, é impossível não pensar em nomes como os de Júnior Negão, Neném, Benjamim, Juninho, Jorginho, Robertinho, Bueno, Betinho, Mão, Buru, Magal, Datinha, Lucão, Bruno Malias, Catarino e tantos outros. E as feras que deram suporte bem no comecinho do BS? Edinho, Júnior, Zico, Cláudio Adão, Paulo Sérgio, depois Romário.
Agora temos os heróis de 2024, como Rodrigo, que marcou três gols na decisão contra os italianos. Tiago Bobô, eleito o melhor goleiro do Mundial. Mauricinho o segundo melhor jogador.
O esporte se espalhou pelo Brasil e pelo mundo. Países gélidos passaram a jogar o emocionante futebol de areia em sua versão adaptada, com menos jogadores, campo menor e muita dinâmica.
Para quem nasceu em Copacabana feito eu, o orgulho é enorme. O futebol sempre esteve na tônica do bairro desde os anos 1930. Gente como João Saldanha e Heleno de Freitas jogou futebol de praia. Anos mais tarde, surgiram outras feras como o goleiro Renato, multicampeão por Flamengo, Atlético Mineiro, Fluminense e Bahia, além de ter disputado a Copa do Mundo de 1974, era o guarda-metas do mitológico Lá Vai Bola. Edinho, o deus supremo da zaga do Fluminense, é cria da Constante Ramos. Paulo Cezar Caju e seu irmão Fred. Júnior, ícone do Juventus, do Flamengo e da Seleção. O saudoso Rocha, ex-Botafogo. Rodrigo Souto, que brilhou no Vasco e Santos. Adílio, cracaço do Flamengo. O goleiro Paulo Sérgio, de Botafogo, Vasco, America e Seleção Brasileira.
Os times, ainda na modalidade tradicional, com onze jogadores. Juventus, Columbia, Maravilha, Bairro Peixoto, Racing, Areia, Dínamo – do mitológico humorista Tião Macalé -, Paula Freitas, Força e Saúde, Prado Júnior. Mesmo que o Beach Soccer seja um esporte diferente, ele carrega nas veias muito da história desses times e também das ruas do bairro que nunca dorme. O futebol de areia está muito vivo na Figueiredo Magalhães, Siqueira Campos, Rodolfo Dantas, Bolívar e outras veias. Copacabana revelou até grandes árbitros para os gramados, casos de Jorge Emiliano “Margarida”, Valter Senra “Bianca”, Daniel Pomeroy e Arnaldo Cezar Coelho.
A Princesinha do Mar está tatuada no maravilhoso Beach Soccer brasileiro, que faz história pelo mundo afora.
@p.r.andel
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