por Idel Halfen
Premiação da Bola de Ouro.
A imprensa, sabe-se lá por qual razão, aponta previamente que o brasileiro Vinicius Jr. é o favorito. Algumas horas antes sai a notícia de que o jogador e demais representantes do seu time, o Real Madrid, cancelaram a ida ao evento, o que passa a ser um prenúncio, ou uma quase certeza de que o ganhador seria outro.
De fato, o vencedor foi outro, o espanhol Rodri, fato que provocou uma verdadeira comoção entre os brasileiros.
Acusações de racismo e de injustiça rechearam as redes sociais.
Fica a dúvida: baseado em quais critérios, pode-se dizer que o Vinícius Jr. foi melhor que o Rodri. E quais os estabelecidos para apontá-lo como pior? Primeiramente é importante ter em mente de que escolhas subjetivas, tal como essa, dão margem a interpretações, as quais, jamais serão unânimes. Outro ponto: acho muito difícil que os “revoltados” tenham assistido a todas as partidas dos dois jogadores, muito menos que tenham o devido embasamento para estarem absolutamente certos.
Já a atitude do Real Madrid foi péssima para o esporte, pois passa um péssimo exemplo de que, não sendo da forma que se objetiva, não há interesse em fazer parte das atividades.
O juiz nos prejudicou! Quantas vezes ouvimos, e cá entre nós, falamos, após uma derrota do nosso time? Por outro lado, quantas vezes ouvimos ou falamos que vencemos graças à ajuda do árbitro. Certamente a primeira situação ocorre muito mais vezes do que a segunda, se é que essa acontece.
As urnas foram fraudadas! Alguém que tenha o candidato como vencedor de algum pleito político já proferiu essa frase após o sucesso? Já quando perde…
Não fiz um tempo melhor porque o dia estava muito quente! Quem nunca ouviu essa frase de algum amigo após uma competição de corrida ou triathlon, por exemplo?
A verdade é que qualquer coisa que frustre nossas expectativas nos leva num primeiro momento a “terceirizar” a responsabilidade. Faz parte! O problema é ficar com essa percepção durante muito tempo achando que há uma conspiração contra suas predileções.
Voltando à premiação da Bola de Ouro e à especulação sobre racismo, vale lembrar que o Lamine Yamal do Barcelona foi eleito o melhor jogador revelação.
Essa ponderação em nada coloca em dúvida a existência de atos de racismos em inúmeras outras situações, os quais precisam ser punidos de forma dura e exemplar. O alerta que precisa ser feito, diz respeito a um possível exagero, onde suspeitas não confirmadas acabem minimizando a importância da causa.
Vale também a reflexão acerca do vazamento do resultado, fato que permite divagar se vale a pena ficar insatisfeito com “eleições” cuja proteção da informação é negligenciada.
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