por Luis Filipe Chateaubriand
Em 1978, o folclórico presidente do Corínthians, Vicente Matheus, anuncia que acaba de contratar um jogador, vindo do Sport de Recife. Indagado pela Imprensa sobre o nome do contratado, responde:
– É um tal de Lero Lero!
O presidente estava enganado, pois o volante Antônio José da Silva Filho atendia pelo apelido de Biro Biro.
Rapidamente, aquele jogador de técnica restrita, mas extremamente aguerrido, caiu no gosto da Fiel Corintiana.
Jogador que se aplicava muito nos treinos, Biro Biro demonstrava preparo físico invejável. Nos jogos, parecia se multiplicar na marcação aos adversários, um verdadeiro “carrapato” que adversários como Jorge Mendonça, Pita e Renato Pé Murcho tinham que aturar.
Taticamente, era um jogador aplicado. Cumpria à risca as determinações dos treinadores, marcando quem eles determinassem e também saindo para o jogo – não com qualidade, mas com disposição.
Principalmente, tinha grande identificação com a torcida. O torcedor médio corintiano, aquele de condição social baixa que quer ascender na vida, via em Biro Biro exatamente o seu espelho dentro de campo.
E assim, sem lero lero, mas com empenho, Biro Biro se tornou eterno ídolo dos gaviões.
Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada.
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