VELHOS AMIGOS DA BOLA E DO VIOLÃO
“Tá legal (tá legal) / O Rio de Janeiro tá maneiro / Tá macio, o Rio é mundial (mundial) / Tá legal (tá legal)/”. Quem não se lembra dessa canção na voz de Betinho Cantor? O que muitos não sabem é que além do talento musical, Betinho dava aula também nos gramados ou nas areias de Copacabana!
Para contar essa história e relembrar os áureos tempos de música e futebol, a equipe do Museu convidou os craques PC Caju e Carlos Roberto, que nem pensaram duas vezes antes de topar a visita.
Ao chegarmos, fomos recebidos pelo cantor com um largo sorriso e uma bela camisa do Botafogo, de Heleno de Freitas.
– Poucos têm a moral de receber convidados como esse! – disparou Betinho.
Com diversas gravações feitas para trilhas sonoras de novelas produzidas e exibidas pela TV Globo, sobretudo na década de 70, o cantor nunca escondeu sua paixão pela bola. Engana-se, no entanto, quem pensa que tratava-se apenas de mais um peladeiro.
Betinho era um meia habilidoso, que chegou a jogar profissionalmente nos Estados Unidos e contou até com a aprovação de Neca, um dos olheiros mais respeitados da história do futebol brasileiro.
– Não foi fácil! Cheguei para fazer a peneira e tinham uns dez “Pelés” no meio-campo. Quando ele perguntou minha posição, menti e disse que era zagueiro para ter alguma chance! – relembrou para a risada de todos.
Nas areias de Copacabana, também desfilava seu talento no Novo Fiorentina Areia Clube, atual Areia Leme, dos parceiros Dime Cordeiro, Neimar e Neyvaldo.
Botafoguense de carteirinha, o músico costuma ir aos jogos do clube no Maracanã e tinha o privilégio de pegar a carona de volta para casa com ninguém menos que Jairzinho, seu vizinho.
Se hoje a música e o futebol praticado no Brasil não é nem sombra do que vimos naquela época, resenhas como essa nos fazem viajar no tempo e vermos o quanto éramos privilegiados por estarmos rodeados dessa galera!
Viva a música! Viva o futebol arte!
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