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BÉLGICA É A NOVA HOLANDA

25 / junho / 2018

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Não adianta, cresci vendo futebol bonito, alegre, colorido, coletivo e eficiente. Foi assim com o Botafogo da década de 50 a 70, com a Máquina Tricolor e com a seleção do tri. Fui mal acostumado, né, kkkkkk!!!!!

Na Copa da Rússia, por enquanto, só Bélgica, Espanha, Inglaterra e México me prenderam a atenção. A Bélgica é a nova Holanda, com a vantagem de ter mais jogadores em condições de desequilibrar. É uma bela seleção e o Hazard tem o estilo daqueles nossos meia-esquerdas antigos. Ele até me lembra o jeitão do Zico, nosso querido Galo, que partia para cima sem medo de ser feliz.

A Inglaterra aproveitou a fragilidade panamenha para estrear na Copa. Por falar em Panamá vou reforçar minha opinião sobre essas seleções sem tradição participando da competição. O que elas acrescentaram? Nada!!!!! E ainda tiraram a vaga de grandes escolas, como Itália, Chile e Holanda. As potências Alemanha, Brasil e Argentina ainda não mostraram absolutamente nada. A Alemanha não ganhou. Foi a covardia sueca a maior responsável pela derrota. Sempre deixo claro que não falo sobre vitória ou derrota, mas estilo de jogo.

Sobre o Brasil, pena o Douglas Costa ter se machucado, gosto muito dele e poderia dar um molho, colocar sal nesse time tão sem graça, sem alma e, até agora, sem qualquer esquema. Minha torcida é para que a seleção mais ousada vença essa Copa porque não suporto mais ver o tal futebol de resultado sair como herói.


E sempre que ressurge essa história de futebol arte x futebol de resultado me procuram para falar, e eu repito que a geração de 82/86 não ter vencido uma Copa foi um retrocesso para a nossa escola porque o Parreira ganhou depois graças a talentos individuais e seu trabalho virou um modelo de eficiência. Ah, mas a Itália de 82 era um grande time. Vamos fazer o seguinte, revejam os jogos daquele Mundial e me digam qual futebol encantou o mundo. Eram vários craques em harmonia, assim como em 70. O jogador criativo deve usar sua arte em prol da coletividade.

Acabo de ver o terceiro gol da Colômbia contra a Polônia. O passe do James Rodriguez foi uma obra-prima! A típica jogada que desmonta qualquer retranca e enche os olhos de um cara mal acostumado como eu. E o passe do Quintero para o Falcao Garcia foi primoroso. E o mais bacana será assistir Colômbia x Senegal, que vem fazendo bem a sua parte e têm o único técnico negro da competição. E como Aliou Cissé está elegante!!!!


Nas ruas, me perguntam diariamente  o que achei do choro do Neymar sentado no meio-campo? Impossível não ver. Era para que todos víssemos. Mas, sinceramente, quem tem que achar alguma coisa é o Tite, que gosta de ser visto como gestor de pessoas e de tratar a seleção como uma empresa. Ele, como gestor, já deveria ter dado um jeito no Neymar tanto na parte psicológica quanto na técnica. Segurar a bola é importante, mas no momento certo.

Costumam dizer que o departamento médico de hoje é bem mais eficiente do que o do meu tempo. E, de fato, é. Mas, pelo jeito, a área psicológica não evoluiu. O Phillippe Coutinho continua sendo o grande nome da seleção porque é discreto e eficiente. Alguém me disse que nem assessoria de imprensa tem. Ou seja é o antimarketing. Nem tudo está perdido!

PS: Não aguento mais os comentaristas falando “cara da bola”, “orelha da bola”, “jogador de lado de campo”, “ocupação de espaço”…. Alô, rapaziada, menos! Vestiram a amarelinha quantas vezes?          

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