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ASSIM NASCEU UMA MÁQUINA

22 / agosto / 2019

por Zé Roberto Padilha


Aconteceu com a gente, em 1975, está acontecendo com o São Paulo, nos dias de hoje. De repente, um elenco promissor, que passaria outra temperada sem brilho, cumprindo tabela e se equilibrando entre o G4 e Z4, recebe um ser de luz. E muda a história de todo mundo. O nosso, chamava Roberto Rivelino. O do São Paulo, invicto desde que desembarcou, se chama Daniel Alves.

Pergunte a um ator teatral qual o seu desempenho quando entra em cena e encontra a casa cheia. E quanto sua atuação desaba quando a encontra vazia. Para nós, jogadores do Fluminense FC, desde o primeiro coletivo de sua apresentação, realizado no CEFAN, ficou claro que teríamos que buscar o nosso melhor para estar à altura do protagonista que chegava. À altura daquele monte de gente que começava a se espremer nas arquibancadas.

Nem eu ou Abel Baga, Rubens Galaxe, Cléber, Luiz Alberto, Carlos Alberto Pintinho, Herivelto, Edinho, Té, Marinho e Nielsen imaginávamos que poderíamos ir tão longe. Melhorar o nosso desempenho seguindo o elástico de um cometa.


E as peças foram sendo lapidadas, personalidades insufladas, autoestimas elevadas para nos colocarmos à altura dos novos desafios: saía o Hotel das Paineiras, inaugurávamos o Hotel Nacional. Voos rasteiros, em direção a uma gloriosa excursão pelo sul do país, foram trocados pelo Jumbo da Air France rumo ao Torneio de Paris. Tudo veio muito rápido. Os títulos. Uma performance que deu cria. E entrou para a história.

Daniel Alves tem feito o mesmo com o elenco do São Paulo, onde Pato, acreditem, virou Faisão. E todos passaram a jogar no seu limite para provar que merecem estar ao seu lado.

Desse jeito, o nosso Fluminense se tornou uma máquina. Desse jeito, com um maquinista deste quilate, com a camisa tricolor e o número 10 às costas, o São Paulo começa a andar nos trilhos. E sonhar o sonho sonhado de se tornar um time inesquecível. Como foi o nosso.

Falta o Nelson Rodrigues, que escrevia, João Saldanha, que comentava, Armando Nogueira, que imortalizava. Mas aí seria covardia. Querer no comando de um clube um outro Francisco Horta.

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