por Zé Roberto Padilha
Circulando pela minha cidade, Três Rios, um berço de grandes craques, vejo que o tempo, o progresso, a ausência dos abnegados que deixaram os campinhos, onde davam aulas, e foram se virar vendendo qualquer coisa, levou a oportunidade das novas gerações.
Estou falando do futebol masculino, com todo o apoio e recursos que sempre receberam e, mesmo assim, faliu no interior do estado. Não tem mais futebol por aqui, em Paraíba do Sul, Teresópolis..
Agora, imaginem o futebol feminino, cuja obrigatoriedade é recente, que vive jogando sem público. E, ainda assim, sofrem preconceitos junto às famílias que ainda acham que é o esporte é bruto e é para homens.
Como surgiu uma Marta em meio a esse descaso? Como descobriram jogadoras adultas se, apenas agora, dada a obrigatoriedade, os clubes estão lhe dando oportunidades?
O que vimos em campo defendendo nosso país foram seres extraterrestres. Só vivendo em outros planetas para terem superado o descaso das nossas autoridades esportivas durante longos anos.
Não temos que lamentar a eliminação. Precisamos exaltar o fato de terem jogado, lá atrás, nas escolinhas, entre os homens porque a delas não existia. Entravam disfarçadas, para poder exercer o talento que lhe foi concedido.
São heroínas que superaram tanta coisa que merecem ser recebidas em carro aberto do Corpo de Bombeiros. Exaltadas, não cobradas. Reconhecidas.
O Brasil é o país do futebol. Masculino. Talvez em Marte …
Caro Padilha seu artigo sobre as meninas da seleção foi o mais LUCIDO E REALISTA que li em td a grande imprensa,onde sobra sectarismo e falta QUALIDADE.