Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

AS ACADEMIAS

2 / outubro / 2023

por Elso Venâncio, o repórter Elso

Ao longo de sua História, o Palmeiras teve três Academias de Futebol. Foram grandes esquadrões, tanto nos anos 60 e 70 como nos 90. O responsável pelo termo ‘Academia’ foi Ademir da Guia, ‘O Divino’, maior ídolo do clube. Ele era o maestro de uma equipe que conquistou os Estaduais de 1963 e 1966, que, somado ao título de 1959, impediu o Santos, de Pelé, de gritar ‘campeão’ por doze anos seguidos.

Dudu, que é tio do treinador Dorival Júnior, formava o meio de campo com Ademir em duas Academias e também outras vezes, na seleção brasileira.

A poderosa primeira ‘Academia’ chegou a vestir a camisa amarela, representando o Brasil, contra o Uruguai, em 1965, na disputa da Taça Inconfidência, durante a inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão. O time base era Valdir de Moraes, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Júlio Botelho, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo. O argentino Filpo Nuñez era o treinador.

Ademir, o craque carioca que o Palmeiras tirou do Bangu, era filho de outra lenda, Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros do nosso futebol em todos os tempos. O defensor desfilou talento por vários clubes, dentre eles Flamengo, Corinthians, Vasco e Boca Juniors, além de ter disputado a Copa do Mundo de 1938.

A segunda Academia começou a se destacar ao conquistar dois títulos de expressão, o bicampeonato brasileiro de 1972/1973. A equipe era formada por Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César Maluco e Nei. Como técnico, Oswaldo Brandão.

Evaristo de Macedo lembra o carinho dos europeus com seus ídolos:

“Aqui, no Brasil, as pessoas nos esquecem.”

Primeiro jogador brasileiro a se destacar tanto no Barcelona como no Real Madrid, Evaristo regularmente vai à Espanha, onde é homenageado pelos gigantes rivais. No Brasil, encontros entre esses cracaços que fizeram história são raros.

A terceira Academia conquistou um punhado de títulos. Três Campeonatos Paulistas: 1993, 1994 e 1996. A Copa do Brasil de 1998 e, por fim, a Taça Libertadores de 1999. O time base da primeira equipe, a de 1993, era Velloso, Mazinho, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; Flávio Conceição, Amaral, Rivaldo (Edilson) e Zinho; Edmundo e Evair. Todos comandados por Vanderlei Luxemburgo, que depois teve às mãos – não só ele como também Felipão – jogadores como Marcos, Arce, Junior Baiano, Junior, Djalminha, Alex, Oséias, Faustino Asprilla e Paulo Nunes, entre outros.

Foi a ‘Era Parmalat’, onde Edmundo despontou como o maior jogador brasileiro. Um fora de série, tanto que foi negociado, em 1995, com o Flamengo por seis milhões de reais, num período em que a moeda brasileira competia de igual para igual com o dólar. A contratação do ‘Animal’, apelido dado pelo ‘Garotinho’ Osmar Santos, narrador da Rádio Globo de São Paulo, foi um pedido de Romário, eleito o melhor jogador do mundo após a conquista do tetracampeonato que a seleção trouxe no ano anterior, ao derrotar a Itália de Baggio nos Estados Unidos.

Com egos inflados, os dois acabaram se desentendendo durante uma excursão à China. O relacionamento ruim fora de campo acabou prejudicando o badalado ‘Ataque dos Sonhos’: Romário, Sávio e Edmundo – também chamado de ‘Melhor Ataque do Mundo’.

Há quem defenda a ideia de que o português Abel Ferreira formou a Quarta Academia. O Palmeiras atual, mesmo tendo conquistado duas Libertadores e três paulistas, além de outros títulos, não tem craques do mesmo gabarito daquelas Academias. E muito menos um ÍDOLO DIVINO para chamar de seu.

TAGS:

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *