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ARTILHEIRO, CONSAGRADO, REVERENCIADO E INJUSTIÇADO (SELEÇÃO BRASILEIRA)

13 / abril / 2025

por Fabio Lacerda

Aniversariante do dia, Roberto é o unico artilheiro e campeão brasileiro aos 20 anos; ele tem 81 gols a mais que a somatória de Romário e Ademir Menezes no Vasco da Gama

Artilharia pesada! Importante em todos os momentos quando vestiu por 22 anos a mesma farda com a faixa diagonal preta ou branca na diagonal. Nascido na cidade ‘esquina do Brasil’ que homenageia seu filho ilustre, Luis Alves de Lima e Silva, nome de registro do militar e político, Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, Roberto é outro filho da terra na história do Brasil. Na história de vitórias e superações de adversidades. Assim como um dos mais ilustres brasileiros nos campos da Política e batalhas, Roberto Dinamite deixou sua marca nos gramados onde desfilou sua força de uma Cavalaria, e a habilidade de uma Infantaria, sabendo e confiando em quem estavam nas trincheiras consigo.

Hoje é dia da explosão! Hoje é o dia da camisa 10 que tinha o cheiro de gol. Hoje é aniversário, nada mais, nada menos, de Roberto Dinamite, um atleta exponencial, e um ser humano colossal, um artilheiro sem igual. Se uma vez, o ex-craque, Pepê, do Santos, disse em tom de brincadeira que ele era o maior artilheiro da história do Santos, porque o Pelé não poderia participar da contagem, o mesmo poderia aplicar ao futebol brasileiro como um todo. Sem contar o Rei do Futebol, Roberto é o maior artilheiro do futebol brasileiro.

Roberto desperdiçando uma chance na pequena área contra o Fluminense na final do Brasileiro de 1984 que custou o título; um ano complicado na vida pessoal que refletiu na hora da decisão

Analogias à parte, falar de Roberto é mostrar semelhanças com outros artilheiros do Campeonato Brasileiro, mas um detalhe o difere dos demais – ele é o único que conseguiu levantar o caneco, aos 20 anos, e sendo o artilheiro. Pode ser que nossos queridos leitores e comentaristas do Museu da Pelada tenham recebido uma bola cheia de azeite (efeito) e não consigam a dominar. Ao considerar que o Campeonato Brasileiro iniciou, em 1971, apenas seis jogadores atingiram a proeza de se tornar artilheiro aos 20 anos. O primeiro da lista é o próprio. Roberto Dinamite, em 1974. Passados três anos, outro craque chega à honraria individual de maior feitor – não é fazedor, não gente, não me matem de vergonha!) – de gols. Reinaldo, do Atlético-MG no ano que quem vos escreve nasceu. O maior ídolo do Galo ficou fora da final contra o São Paulo, o time mineiro perdeu, ele não conseguiu atingir o feito de Roberto conquistar o segundo título do Atlético-MG aos 20 anos quando assinalou, assustadoramente, 28 gols. 

Outro artilheiro aos 20 anos foi Paulinho, companheiro de Roberto no Vasco da Gama, quando o clube foi eliminado na semifinal pelo Guarani, em 1978. No ano seguinte, aos 21 anos, Paulinho foi à final com o Vasco. Mas o Internacional sagrou-se tricampeão (invicto e único time a não perder em uma edição do certame), e a partir daí, o time Colorado nunca mais foi campeão brasileiro. 

A breve passagem pelo Camp Nou vestindo a camisa do Barcelona quando estreou fazendo dois gols, e abrindo o placar no segundo jogo da decisão da Supercopa da Europa contra o Notthingam Forest que ficou com o título

Artilheiro do Brasil por três ocasiões, em 1989, quando o Vasco da Gama faz as pazes com o Brasileiro, surge Túlio, no Goiás. Um jogador que também merece ter o apelido dado ao Roberto pelo icônico mestre do radiojornalismo esportivo, Waldir Amaral – a camisa com cheiro de gol. Em 1994, o ano do título da Copa do Mundo, em Campinas, o carioca Amoroso surpreendeu pelo Guarani. O atacante, assim como Roberto, foi injustiçado na seleção. Poderia estar no plantel de Carlos Alberto Parreira, mas foi preterido. 

Artilheiro do Brasil na Copa do Mundo de 1978, quando o escrete foi eliminado invicto graças à marmelada argentina, Roberto ficou no banco na Espanha (Copa do Mundo anterior). E muitos apontam o fato como uma falha abissal do mestre Telê Santana, que não deu um fio de esperança ao artilheiro que vivia grande fase balizada pela performance na Copa da Argentina. E ao ignorar, novamente o artilheiro, na Copa do Mundo do México (1986), Telê ficou pelo caminho diante da França.  Nem mesmo o entrosamento e o entendimento com seu fiel amigo e rival, Zico, que disse uma vez ter tido o Roberto como o melhor companheiro de ataque vestindo a ‘amarelinha’, foi capaz de mexer com as convicções do técnico em duas Copas do Mundo consecutivas em um ciclo de oito anos. 

Roberto, na Portuguesa, onde fez 18 jogos e nove gols no Brasileiro de 1989, cumprimenta seu amigo Zico, antes da partida no Morumbi

Nove anos depois foi a vez de Dimba, pelo Goiás, assim como Túlio, ser o artilheiro do Campeonato Brasileiro. E por fim, o último a conseguir balançar mais as redes adversárias aos 20 anos foi Keirrisson, um furacão do Coritiba que despertou o interesse do Barcelona, foi à capital da Catalunha, seguindo os passos de Roberto, mas não teve sucesso assim como o ídolo vascaíno, apesar de ter chegado à final da Copa da Supercopa da Europa fazendo gol em um dos jogos contra o Notthingam Forest na temporada 1979-1980. 

Não há no Brasil um jogador que tenha defendido um clube por tempo equivalente. Roberto vestiu a camisa do Vasco da Gama por 1.110 vezes ao longo de 22 anos. Não há maior artilheiro nas edições do Campeonato Brasileiro, do Estadual do Rio de Janeiro e dos grandes derbys disputados no Maracanã. Não há um jogador que assinalou mais gols em uma partida única o Maracanã. Não há um gol mais bonito no Maracanã que se compare ao feito contra o Botafogo levando em consideração a importância da partida. Não há outro artilheiro de Campeonato Brasileiro, aos 20 anos, que se sagrou campeão. Ele é único. Ele é Roberto Dinamite, o jogador que, após um hiato de títulos do Vasco da Gama, na década de 1960, colocou o clube novamente nos trilhos das conquistas. 

Parabéns, Roberto, pelos seus 71 anos. Nos corações, nas emoções e nos gritos de campeões da torcida cruzmaltina. 

Juntamente do vascaíno Dirceu, Roberto liderou a seleção de Claudio Coutinho sendo efetivo com gols e passes como a abertura de jogada para Nelinho empatar contra a Itália naquele gol que nem a Física é capaz de explicar na disputa pelo terceiro lugar
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1 Comentário

  1. André Rodrigues Junior

    Um excelente texto que condiz plenamente com Roberto Dinamite. Um excelente ser humano, goleador, atencioso, tanto com os idosos como com as crianças. Parabéns. Roberto Dinamite. Deus segue o abençoando.

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