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AQUI JAZ UM SONHO DE MENINO

24 / agosto / 2022

por Zé Roberto Padilha

Não tinha essa foto. A do pesadelo. Porque tenho várias que revelam o meu sonho de defender, por sete anos, o time do meu coração. O Fluminense FC.

Cheguei em 1968 nas Laranjeiras e permaneci até essa partida, contra o Internacional, em dezembro de 1975, pelas semifinais do Campeonato Brasileiro.

Meu primeiro contrato profissional foi em 1972, o técnico era o Zagalo. Era reserva do Lula e não tinha essa palhaçada de time misto.

Ele jogava, eu assistia. E o substituía quando servia à seleção brasileira.

Em 1974, Parreira assume, Lula é vendido ao Inter e assumo, depois de tanta luta e espera, a titularidade da camisa 11.

Quando entrei em campo, liderava a Bola de Prata da revista Placar, como melhor ponta esquerda, estava na lista dos pré-selecionados, de Osvaldo Brandão e nosso treinador, Didi, pedira a renovação do meu contrato. E, na partida anterior, atropelamos o Palmeiras, no Maracanã, por 4×2.

Conhecem nossos quinze minutos de fama?

Pois é, aos 23 minutos Lula abriu a contagem, e Paulo César Carpegiani fez 2×0, aos 30 minutos do segundo tempo. Aos 32 fui substituído em campo pelo Carlos Alberto Pintinho e fora dele trocado pelo Doval, do Flamengo. E nunca mais vesti a camisa do meu time de coração.

Foram duas Taças GB, 71 e 75, três títulos estaduais, 71, 73 e 75, conquistados, além do título de Campeão Juvenil, em 1970.

Permaneci em cena por mais dez anos, e encerrei minha carreira defendendo o Bonsucesso FC, pela primeira divisão carioca, de 1985.

Tenho um pequeno memorial, que montei para meus filhos e netos curtirem. Os pôsteres estão nas paredes, livros, medalhas, faixas e troféus na estante.

Faltava a foto da lápide dos meus sonhos.

Agora, não falta mais.

2 Comentários

  1. RICARDO MANCHESTER

    Grande texto com tudo que é permitido dor, Glória e razão e aquele gosto eterno ..

    Responder
    • Angelo

      Depois de vc o ponta esquerda passou a ser Zezé, meu conterrâneo.Abs

      Responder

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