por Zé Roberto Padilha
Sei que nessa hora você está nos ouvindo. Porque falo enquanto escrevo e você esta escutando na subida. Que bom ainda ter tempo de dizer do carinho que eu e meu irmão, Flavio, temos por você.
Chegamos os dois para defender o Santa Cruz, em 1977, e quem nos recebeu com o maior gentileza e consideração? Quem nos levou a conhecer a Feirinha de Olinda? Nos apresentar aos jangadeiros para trazer peixe fresco todas as tardes?
Joel Mendes, Carlos Alberto Barbosa, você, Levir Culpi e Pedrinho; Givanildo, Wilson Carrasco, Betinho e eu: Luiz Fumanchu e Nunes. Tecnicos: Joubert Meira e Evaristo de Macedo. Que time, quarto colocado no Brasileirão de 78.
Flavio tinha idade de juniores e jogava nas preliminares. Assim passamos ele, um, eu, dois anos maravilhosos das nossas vidas conhecendo um povo amigo, uma torcida apaixonada como a do Santinha e um lugar privilegiado chamado Recife. E um cicerone do tamanho da sua estatura e gentileza.
Claro que nunca mais nos vimos. O futebol faz isso com a gente, nos devolve para nossas origens e nunca mais o respeito e a consideração de quem nos contratou pensou em nos reunir.
Uma pequena festa, uma medalhinha, um jogo beneficente. Nada. Azar o nosso de nunca mais o ver nem que fosse para agradecer ter lhe conhecido.
Enfim, descanse em paz amigo. Poucos foram tão corretos e amigos nesta longa e tortuosa jornada chamada futebol como você, Lulão. E isto não tem preço, tem saudades.
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