por Luis Filipe Chateaubriand
Em 1990, Botafogo x Vasco da Gama era o jogo decisivo do Campeonato Carioca, mas, também, o jogo da polêmica.
Na interpretação do Botafogo, quem vencesse o jogo seria o campeão do certame; havendo empate, prorrogação e, caso necessário, pênaltis.
O lógico.
Mas, na interpretação do Vasco da Gama – leia-se, na interpretação do seu delirante vice-presidente de futebol Eurico Miranda –, o Vasco da Gama garantia o título vencendo ou empatando e, se o Botafogo vencesse, ainda haveria prorrogação e, caso esta terminasse empatada, pênaltis.
O quiproquó estava formado!
Veio o jogo.
O Botafogo venceu por 1 x 0, com gol de Carlos Alberto Dias, já no final da partida.
Como o Botafogo interpretava que a vitória lhe daria o título, os jogadores botafoguenses comemoraram à beira do campo, com direito à taça e tudo!
Como o Vasco da Gama interpretava que a vitória do Botafogo ensejava uma prorrogação, os jogadores vascaínos ficaram dentro do campo, esperando que a prorrogação fosse jogada.
Como o regulamento previa que, passados 30 minutos sem que um dos clubes comparecesse para jogo, o adversário era proclamado vencedor por W.O., decorridos os 30 minutos após o fim do jogo, os vascaínos se proclamaram campeões e, para comemorar o título, pegaram com a torcida, na geral, uma caravela em miniatura, com a qual desfilaram tal fosse uma taça.
Ridículo!
Patético!
Surreal!
O imbróglio todo só foi resolvido nos tribunais e, ali, o razoável prevaleceu.
O Botafogo foi decretado campeão!
Aos vascaínos, como este escriba, só restou o sentimento de imensa vergonha que o vice-presidente de futebol do clube nos fez passar.
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