por Idel Halfen
Assim como acontece na totalidade dos setores econômicos, a busca por inovação também faz parte do cotidiano das marcas de material esportivo. Além do desenvolvimento de equipamentos que possam permitir a melhora da performance, ser percebido como uma marca atenta a esses aspectos é objetivo de grande parte das empresas desse segmento.
Por se tratarem de atributos importantes na escolha do consumidor, a corrida pela “melhor solução” faz a área de P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) ser extremamente valorizada, tendo a área de marketing como uma importante aliada, visto ser ela a responsável pelo trabalho de posicionamento, o que exige argumentos convincentes, os quais, precisam ser reconhecidos e valorizados pelos potenciais clientes.
Esse processo, no entanto, precisa ser muito bem planejado, sob o risco de não se testar corretamente os produtos e assim redundar em falhas que comprometam a qualidade e, consequentemente, a imagem da marca.
No artigo, daremos um foco maior aos equipamentos esportivos em função deles incutirem a expectativa de auxiliar o bom desempenho dos atletas. Contudo, deve ser considerado que eventuais falhas de desenvolvimento podem acontecer em qualquer categoria de produto. Vide, por exemplo, as chamadas de recall para carros.
Ilustramos o assunto com o recente caso dos uniformes do Aston Villa, cujo fornecedor é a Castore, uma novata que vem crescendo significativamente no segmento e que tenta se diferenciar pela qualidade. Os jogadores do clube inglês reclamam do excesso de suor causado, o qual, no caso do feminino gera constrangimento em função da exposição do corpo das atletas.
Na relação de “problemas” com equipamentos esportivos, há também o caso dos uniformes da equipe de patinação dos EUA nos Jogos de Inverno de Sochi. Batizadas de Mach 39, as peças projetadas pela Under Armour tinham uma abertura para permitir a saída de calor, mas que, por outro lado propiciava entrada de ar, provocando arrasto e interferindo no desempenho.
Em se tratando de calçados a incidência é até maior, visto terem em grande parte das modalidades, significativa influência no desempenho.
Dentre esses, vale relatar o ocorrido no fim da década de 80, quando a Nike lançou o tênis de basquete Air Pressure Shoes, que vinha com uma bomba de ar embutida que servia para inflar ou desinflar o solado, todavia, os vazamentos do sistema de bombeamento minaram a imagem do produto no que se referia às vantagens propagadas.
Temos ainda o caso do Adidas Adizero Crazy Light, lançado em 2011 com a efetiva promessa de ser mais leve do que os concorrentes, mas que sofria com desgastes mais rápidos.
O fato de citarmos no texto algumas marcas, não significa que haja por parte delas um maior índice de problemas, até porque, a quantidade de casos de sucesso supera em muito os de insucesso.
A intenção do texto é puramente chamar a atenção de que trabalhar com produtos, seja através de P&D ou de marketing, requer desenho de processos que consigam concomitantemente preservar tempo e qualidade.
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