por Zé Roberto Padilha
Pobre, Endrick. Com sua idade, Pelé, revelado pelo Santos, se apresentou à seleção brasileira e foi logo adotado por cobras criadas como Nilton Santos, Didi, Bellini e Gilmar. E encontrou apoio e segurança para apresentar todo o seu futebol.
Já Endrick se apresenta à nossa seleção junto a outros jovens, como André, 22 anos, Rodrigo, 22, Vinicius Jr., 23, Martinelli, 22. E os mais experientes, como Marquinhos e Alisson, nunca exerceram significativas lideranças por onde jogaram.
Em meio à correria, juventude e ousadia da maioria que enfrentou a Argentina, todos bons jogadores, faltou um Gerson, nosso Canhotinha de Ouro, para refinar o toque. Esconder a bola. E deixar um atacante na cara do gol com seus lançamentos primorosos.
Renovar é preciso. A seleção brasileira tem ido à feira buscar produtos frescos para servir novos pratos. Levar à mesa uma outra iguaria que os amantes do futebol-arte estão acostumados a saborear. Safra após safra.
Mas quando o cozinheiro é igualmente novo no pedaço, não é um Vicente Feola, campeão mundial, um Aymore Moreira, Bi, Zagallo, Tri, Parreira, Tetra e Felipão, Penta…. fica parecendo que ele aguarda um tempero John Arias, uma pitada do Ganso, uma pimenta malagueta Felipe Mello para dar um Cano no paladar argentino.
Só que…
A seleção brasileira não é o Fluminense. Sem um tiozinho, a cadência de um Zito, será sempre uma molecada correndo muito, se entendendo pouco e ganhando nada.
Caro Padilha ótima analogia neste texto,a mistura entre jogadores cascudos e os promissores astros do futuro é mais que necessária para melhorar a nossa seleção, culpar só FD é análise rasa e passional.