por Serginho 5Bocas
Jorge Ben (ou Benjor) soube definir com precisão cirúrgica o apelido da torcida do Flamengo. O maior e mais carismático clube do Brasil tinha que ter uma torcida à altura, com vontade própria, com magnetismo, que fosse capaz de magnetizar os jogadores dentro do campo, empurrando-os para as vitórias, um décimo-segundo jogador.
A torcida do Flamengo sempre lançou moda e tendências no futebol brasileiro, ou algum flamenguista de carteirinha já se esqueceu quem foi a primeira torcida organizada deste país? Isso mesmo, a Charanga de Jayme de Carvalho, criada em 1942 e que animava os jogos com sua famosa bandinha.
Depois, em 1978, esta torcida maravilhosa criou uma versão de uma marcha ufanista do governo militar que caiu nas graças da galera e é repetida até hoje: “Conte comigo Mengão, acima de tudo rubro-negro, Oh meu Mengão, eu gosto de você…”.
E quando se ouviu pela primeira vez a torcida gritando o nome de cada jogador da escalação, do goleiro ao ponta-esquerda, com uma pequena alteração na ordem numérica, é que nesta homenagem o 10 sempre vinha depois do 11. Aquele era um momento solene, era a hora de enchermos os pulmões e gritarmos o quanto amávamos o nosso deus: “Zico, Zico, Zico…”.
Depois veio a década de 90 e trouxemos da Argentina, de um jogo contra o Boca Juniors, a batida de palma de mão espalmada, que na versão rubro-negra foi um espetáculo em preto e vermelho, principalmente na trajetória do “penta” comandado pelo maestro Junior, o famoso “chama o velho”.
E mais recentemente teve o grito de “poeira, poeira, levantou poeira…”, a música de Ivete Sangalo embalou os dribles de Felipe na condução de mais um carioca para a Gávea, e ainda sobrou espaço para homenagear Ayrton Senna com o “tema da vitória” adaptado para o universo rubro-negro.
Realmente esta torcida é um capítulo à parte na história deste clube e do futebol brasileiro, e eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo e a torcida do Flamengo no mundo.
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