por Mauricio Capellari
Waldir Peres foi o goleiro da minha infância e isso já diz muito sobre sua importância na minha vida. O futebol no rádio, onde o jogo ganha contornos dramáticos e ainda mais emocionantes (de-feeen-deu Waaal-dir Pe-res)… O primeiro título, quando eu ainda não havia completado 6 anos, mas tenho a lembrança vívida tanto de Waldir quanto de João Leite, como se aquela esquisita disputa de pênaltis no verão de 78 tivesse ocorrido em 2012… As derrotas mais doloridas, como o Brasileiro de 81 e a Copa de 82… Enfim, tudo no futebol da minha infância passou por Waldir Peres.
O brasileiro é meio estúpido por natureza e muitos “entendidos” o apontam como culpado pela derrota da Copa de 82, muito por conta de seu frangaço contra a URSS, no primeiro jogo da Copa da Espanha. Para o brasileiro médio, tudo se resume ao fracasso. A verdade é que Waldir Peres esteve ainda nas Copas de 74 e 78 como reserva, o que apenas confirma o alto nível de grande parte da sua carreira de quase 20 anos no futebol.
Waldir, o meu primeiro goleiro de futebol de botão, ainda hoje voa embalado pelo grito estridente de José Silvério, nas minhas memórias mais encharcadas de afeto com o futebol de outrora. Vai, Waldir, vai em paz, morto subitamente na velocidade meteórica de um infarto fulminante, revivendo aquele átimo em que a bola vem sedutora, pronta para ser defendida, controlada, contida e passa sem explicação morrendo dentro do gol. A vida não é uma bola que se busca no fundo das redes para que o jogo possa recomeçar. Waldir, agora, é apenas lembrança. Lembrança dos tempos de criança. R.I.P.
Grande Maurício, a quem se pode ter acesso a outras opiniões no @canalcomendoabola no YouTube
Goleiraço
Foi muito bem nos amistosos de 81 e aí acabou sendo o titular em 82, mas havia outros melhores como o Leão pra ser o titular na copa 82. Me arrisco a dizer que ele não foi o maior culpado pela derrota da seleção, mas se fosse O Leão no gol talvez ele defendesse um dos 3 gols de Rossi.
Excelente artigo. Parabéns pela qualidade reflexiva.
Homenagem muito bacana para um dos grandes goleiros brasileiro, que foi injustiçado por conta da derrota na copa de 1982. Esquecem que ele foi a 3 copas do mundo (duas como reserva), convocado por 3 treinadores diferentes. E vejam só, ele em todas as suas 29 partidas pela seleção brasileira, só perdeu 1 jogo, aquele 3×2 que a gente não consegue esquecer.