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A HISTÓRIA DO EMPOLGANTE, APAIXONADO E DECADENTE CAMPEONATO BRASILEIRO

29 / agosto / 2023

por Kawer Anderson da Mata

– Antigamente eu vibrava?

– Nossa e como!

– Só pelo meu? (time de coração).

– Que nada, vibrava pelo outros também.

– Afinal, na década de 70 foi a década do tricampeonato mundial, ano da inesquecível seleção de 70, que inspirou o Futebol brasileiro a oficializar no seu próprio quintal, como ser ainda mais grandioso do que já era.

Final da década de 70, década 80, de 90, 1° década dos anos 2000, quando o Futebol brasileiro, ainda suspirava a potência adquirida e ganhando até, mais uma Copa, naquela altura a 5o.

Tudo era motivo, para acompanhar ali, seja no rádio, na TV e nesses tempos atuais, por Streaming que a tecnologia da Internet nos proporciona, o Campeonato brasileiro; que fazia sentido para mim ou ainda faz para qualquer apaixonado torcedor, como o ápice das conquistas futebolísticas nacionais, mesmo em épocas – como nos áureos tempos dos estaduais, onde eram por longínquos anos, o suprassumo do nosso Futebol, com suas históricas decisões e conquistas.

Mas atualmente, o que vimos, é a cartolagem da forma mais súbita e arbitrária, passar por cima feito um “tapetão” na própria história construída por nossos clubes, que viram o início do chamado “Campeonato Nacional de clubes” – sugerido pelo governo militar brasileiro e a CBD a partir de 1971, para ser a mais importante estrela entre todas as competições em nosso território nacional, transforma-se numa verdadeira, várzea!

Anos se passaram desde a estreia em 1971 e a cultura de Campeonato grandioso, foi desenvolvendo, rivalidades nacionais surgiram e, o que era para ser empolgante e apaixonado, a partir de 1987, a história foi tornando- se decadente, mesmo quando ironicamente, a já CBF, falida e pedindo para sair de cena naquela edição do Campeonato, induziu os clubes a criarem sua própria liga.

Parecia ser uma evolução dos tempos no nosso futebol, promovendo uma competição, com um nível técnico alto, nunca visto, explodindo em sucesso de público, crítica e mais o que viesse, o Campeonato brasileiro, começava a consolidar-se como gigante, entre todas as competições brasileiras, não só para os clubes, mas principalmente para todas as torcidas…pois é, até a página seguinte.

Porque pouco mais de duas décadas, de absoluto sucesso e forte repercussão entre as torcidas, vem o ano de 2010, ano que já sabíamos onde seria a próxima Copa 2014, aparece ela – a cartolagem! Para banir tudo que é ou era história, oficializando “novos títulos de campeões” baseado em torneios de Campeões dos Campeões, Robertões, Copas Rio ou Taças Brasil, entre outras competições menores, algumas até, em formato triangular para então, mudarem todo um contexto, através daquele “jeito brasileiro raiz de ser”.

– E como é esse jeito?

– Aquele que tudo burla, que infringe as regras, (porque já é familiarizado com a impunidade).

– E nas “horas vagas”, até rouba.

– Rouba conquistas de jogadores e atletas, que suaram em campo para conquistar um título do tamanho de um país continente e entrar para história.

– Rouba sonhos e realizações de torcedores, que viveram momentos marcantes, para depois dizerem a todos eles que, nada valeu.

Fora os oportunistas de gabinete, que mesmo sabidamente do que conquistaram ou não e, do tamanho delas ao longo de suas histórias, ainda vão ali, cavam e buscam por debaixo do “tapetão” – olha ele aí de novo! O que poderia ser mais grandioso para uma instituição, que os números e mais números de conquistas, tudo para elevarem-se a máxima potência possível, independente da grandiosidade histórica plantada e regada pelos nossos ídolos no pretérito, afinal, vivemos no presente a geração números absolutos para + e análises de desempenho.

– É, será que por isso, hoje tudo faz sentido?

Então, em homenagem não só ao empolgante, apaixonado e decadente Campeonato brasileiro – mas principalmente – ao grandioso clube alvinegro de Minas, que acaba de “conquistar”, mais um Brasileirão no tapetão – sempre ele! Venho aqui, também saudar:

Parabéns, Paulistano! Campeão brasileiro de 1920.

Parabéns, Bangu! Campeão brasileiro de 1967.

E parabéns! (quem diria!) para o América-RJ! Campeão brasileiro de 1982.

E mais o que vier a ser descoberto nos livros de história, será?

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2 Comentários

  1. Eduardo Lamas Neiva

    Caríssimo, Kawer, você está coberto de razões. A cartolada da CBF mistura competições pra distribuir títulos a clubes que podem lhe render (podres) frutos políticos, quiçá financeiros. Uma lástima tudo isso. Parabéns por levantar esta bola furada da cartolagem brasileira. Mais uma. Abração.

    Responder
  2. Tadeu cunha

    Ótimo artigo sobre as ervas daninhas que infestam o nosso esporte Rei, talvez isso nos leve a mais algumas décadas ficarmos no jejum de ganhar uma copa do mundo.

    Responder

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