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A FALTA QUE UMA PELADA FAZ

23 / outubro / 2023

por Zé Roberto Padilha

Zé Mário, que jogou ao nosso lado na Máquina Tricolor, foi um dos maiores especialistas na difícil arte de proteger uma “cabeça de área”. Incaível, com uma noção absurda de cobertura e passes precisos, quando parou foi um baita treinador.

No domingo, percebeu do Rio o mesmo que nós tricolores, espalhados pelo país, sentimos diante do Bragantino: por que perdendo de 1×0 e faltando poucos minutos, o time do Fluminense tem que insistir em sair jogando bonito?

Cadê aquele tiro de meta batido pelo goleiro e a zagueirada lá na frente disputando a bola com a zaga adversária pra bola sobrar para o Cano?

Lembrei das peladas. Sem juiz ou juízo, tínhamos as nossas regras. E uma delas era “jogar pro abafa” como último recurso para não perder a pelada. Porém, com os campos de terra batida em extinção, as novas gerações já começam nas escolinhas contidos em sua livre criação.

Em Xerém, no Ninho do Urubu, na Toca da Raposa já tem um discípulo de Fernando Diniz a catequizar um garoto para sair jogando bonito. Correndo mais riscos dentro da sua grande área do que na do seu adversário que precisava acuar.

Faltando 5 minutos, perdendo para o Bragantino e não recorrer às sábias lições de uma boa pelada, é mais preocupante do que perder para o Uruguai. Porque o improviso, a superação, o desejo ardente de empatar está dando lugar a Inteligência Artificial.

Quando você recua seu melhor jogador, e deixa um David Braz no banco, e ele, André, é quem dá o ritmo e marca velocidade e temperatura em campo, o adversário, e a tabela, já sabem aonde não queremos chegar.

Nada se cria, tudo se copia. E o talento natural, nosso maior diferencial, vai desaparecendo nas cinzas de um Carnaval.

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