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A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE

1 / agosto / 2023

por Zé Roberto Padilha

Não foi o Gabigol, que sempre teve treinador à parte, lhe ensinando a bater na bola, dominá-la e cabecear com precisão, que perdeu o pênalti.

Foi o goleiro do Grêmio, Gabriel Grando, que evoluiu como toda a sua espécie, que defendeu a penalidade máxima.

Antes, os goleiros não tinham uma orientação específica. Félix, Jorge Vitorio, Jairo, Nielsen, Roberto, nos anos 70, treinavam a parte física com todo o elenco tricolor e, depois, por conta própria, se dirigiam a um espaço com areia utilizado pelo atletismo (salto em distância). E nos pediam para chutar a bola para saltarem de um lado para o outro.

Em 1974, Raul Carlesso, o precursor, nas ondas da conquista alemã e com as primorosas exibições de Sepp Meyer, que publicou um livro dizendo que jogava tênis “porque se enxergasse aquela bolinha não tinha como não defender uma bolona”, tudo mudou.

Os goleiros ganharam um treinador específico para chamar de seu. E passaram a ser abastecidos com vídeos e informações sobre os locais onde seus adversários mostravam suas armas. E os abatiam.

Semana passada, quando Gabigol partiu para bater o pênalti, o goleiro do Grêmio ficou estático até o último segundo em que precisava que optasse por um lado.

Como não optou por nenhum, quando chegou na bola, Gabigol não tinha força, nem velocidade, para bater firme num canto. E, quando o fez, a agilidade e as asas dos novos albatrozes facilitaram a defesa.

No começo dos anos 70, eram autodidatas que iam para debaixo da meta. Até diziam que, de tão amaldiçoada, a posição, onde eles pisavam nem grama nascia. Hoje, a grama nasce por igual, bem como a oportunidade de um tiro livre, direto, à queima roupa, se tornar também uma oportunidade dos goleiros não mais serem coadjuvantes de um ato decisivo.

Se tornaram heróis e protagonistas do espetáculo ao evitarem, com treinamentos e estudo, a eminente queda da sua cidadela.

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