por Mateus Ribeiro
Todos nós sabemos que o futebol está longe de ser um esporte dos mais “justos”. Coloco a palavra entre aspas, porque se pararmos para pensar, existe uma justiça no futebol: quem faz mais gols vence o jogo. E fim de papo.
Porém, sempre existem aquelas equipes que cativam muita gente, e quando perdem algum campeonato, deixam a sensação de que o resultado não foi o mais justo. E a Copa do Mundo é um grande palco para grandes dessas “injustiças”.
Quem é que não se lembra, ou nunca ouviu falar do Brasil de 1982 e de 1986? Um time recheado de jogadores do mais alto escalão, comandados por um dos treinadores mais cultuados e respeitados da historia do futebol brasileiro. Na Espanha, foi Paolo Rossi quem acabou com o sonho brasileiro. Quatro anos depois, no México, a França e as penalidades máximas fizeram com que milhões de pessoas lamentassem o fato de Zico, Sócrates, Telê Santana, Leandro, Osar, Waldir Peres, Éder, Cerezo e tanta gente boa terminasse a carreira sem uma Copa do Mundo no currículo.
O povo brasileiro ainda pode se gabar de ter cinco mundiais, dois desses conquistados depois das decepções oitentistas. E onde é que os holandeses encontram conforto, após três vice campeonatos?
A Laranja Mecânica deixou o planeta chocado com sua forma de jogar. Comandados por um gênio chamado Johan Cruijff, em 1974, foram derrotados pela eficiência dos alemães. Quatro anos mais tarde, na Argentina, já sem seu principal jogador, perderam para os donos da casa. Até hoje, as derrotas são lembradas. Na Copa da África, em 2010, Robben e seus companheiros tiveram a chance de lavar a alma de seus compatriotas, mas esbarraram no sólido time espanhol, e amarguraram mais uma vez a tristeza de perder uma final de Copa do Mundo. Já neste último caso, vale ressaltar que qualquer Seleção que vencesse iria ser lembrada. Não que a Alemanha de 1974 ou a Argentina de 1978 não fossem merecedoras (apesar do “polêmico Argentina x Peru…), mas até hoje, fica a sensação de que aquele time da década de 1970 merecia um título de Copa do Mundo. Na verdade, a Holanda merece estar no seleto hall de campeões mundiais. Uma pena que em 2018 não disputarão o Mundial.
Outro caso bastante falado é o de Messi. Um dos maiores jogadores dos últimos trinta anos, o argentino não conseguiu conquistar o tri para sua seleção. É bem verdade que suas companhias em 2010 e 2014 eram um tanto quanto contestáveis. Porém, para o povo argentino, tão apaixonado por futebol, não importa que Messi tenha conquistado o Universo pelo Barcelona, encerrar a carreira sem dar um título para a Argentina no futebol profissional vai ser uma marca em sua vitoriosa jornada futebolística.
Cristiano Ronaldo, seu eterno “rival”, até poderia entrar nessa estatística, mas se lembrarmos que Portugal tem uma relevância bem menor do que a Argentina no futebol, e que os gajos foram campeões europeus em 2016 (mesmo com o craque não jogando a final, e com a seleção passando de fase na bacia das almas…), a barra do jogador do Real Madrid fica limpa. Seria o mesmo, por exemplo, que lamentar o fato da Irlanda da Norte não faturar um Mundial contando com George Best.
Voltando a falar de seleções, tivemos injustiças quase criminosas, cometidas em 2002. Ou ninguém se lembra da “forcinha” que a Coréia do Sul recebeu contra Itália e Espanha? É claro que os coreanos só foram beneficiados porque conseguiram chegar até as fases finais., portanto, seria leviano de minha parte afirmar que só alcançaram o quarto lugar por erros de arbitragem. Mas não dá pra ignorar o gol mal anulado contra a Itália, a expulsão de Totti, os gols anulados contra a Espanha, e por fim, o goleiro Lee Won Jae praticamente dividindo a bola com Joaquín para defender sua penalidade máxima.
Ainda no campo das zebras, mas falando das “zebras do bem”, podemos citar a Croácia de 1998, que por pouco não chegou na final,o que poderia facilitar (ou dificultar) as coisas para o Brasil naquela fatídica final. Também vale lembrar da Bulgária em 1994, que foi parada apenas na semifinal pela Itália. Mas isso já é mais algo sentimental, de torcer pelo time menos expressivo. Algo parecido com o fenômeno São Caetano do início do Século presente.
Para 2018, o Brasil chega como grande favorito. Vocês, caros leitores, irão considerar uma injustiça qualquer outra seleção que não a Canarinho vencendo a Copa? Opine nos comentários!
Até a próxima, ótima Copa do Mundo
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