por André Luiz Pereira Nunes
Quem um dia resolver enveredar sobre a escrita da história dos clubes-empresa no Brasil, terá de iniciar pela embrionária experiência do São Cristovão de 1983 através da sua inovadora cooperativa de atletas. De acordo com o projeto, os próprios jogadores seriam responsáveis pelas contratações e gerenciamento do time. A ideia parecia excelente. Quem duvidaria que um elenco composto por expoentes como Nílson Dias, Gil, Orlando Lelé, Nielsen, Rodrigues Neto, Rubens Galaxe, Edu (campeão de 70), Jayme de Almeida e Rui Rei não seria imbatível? Mas nada deu certo. Faltou comando e literalmente pernas. A divisão era assim composta: 40% da renda líquida se destinava aos atletas da cooperativa, 40% ao clube e os 20% restantes para reserva técnica. Inicialmente houve lucro. Basta dizer que na estreia (0 a 3 Fluminense em São Januário) o público pagante foi composto por 8.742 pessoas. Em seguida o time jogou um amistoso em Aracaju (2 a 2 Combinado Sergipe/Confiança, gols de Edu e Orlando) com uma excelente cota. Tudo levava a crer que o projeto seria bem lucrativo, mas as derrotas se sucederam. O time era considerado velho demais apesar dos inegáveis talentos, embora alguns estivessem em fim de carreira e nem todos continuassem até o fim do Estadual. Gil e Nílson Dias foram os primeiros desfalques. Ambos se transferiram para Portugal, aproveitando a divulgação que a cooperativa lhes trouxe. Até o final ficaram apenas Rodrigues Neto, que se tornara treinador do time, e o ponta Edu.
A cooperativa de jogadores do São Cristóvão, em 1983, foi uma grande ideia, mas com péssimos resultados. Não trouxe prejuízos financeiros, mas o time acabaria rebaixado à segunda divisão após uma campanha muito aquém do esperado. Foram 22 jogos, 0 vitória, 4 empates e 18 derrotas. Foram utilizados 45 atletas e 5 técnicos, entre os quais, Aristóbolo Mesquita, lembrado com carinho pela torcida cadete por ter trabalhado de graça para o time cadete.
Portanto, apesar dos revezes, o time cadete de 1983 é lembrado com enorme carinho por conta da experiência inédita e inovadora envolvendo ídolos consagrados do futebol brasileiro.
Boa noite,foi uma experiência muito boa na minha vida de participar com 20 anos da cooperativa nesse ano. Agradeço a Deus por tudo!!!
Jogava de lateral esquerdo, Luiz Palito.
Uma pena que não houve um maior profissionalismo gerencial e um patrocinador para dar um suporte inicial ,quem sabe algum atleta bem sucedido poderia usar de sua influência e prestígio no meio para dar apoio ao de suas origens. Não precisa ser sozinho.