O SALVADOR DA MERCOSUL
Se recentemente Gabigol decidiu a Libertadores para o Flamengo, há pouco mais de 20 anos uma outra canhotinha estufava a rede e dava um título internacional para o Flamengo: a Mercosul. O predestinado em 99 foi Lê, ídolo do Flamengo, que nos recebeu em sua casa para passar a limpo sua trajetória!
Tudo começou em 91, quando o supervisor Isaías Tinoco viu o talento do garoto no futebol de salão do Vasco e levou para o Flamengo. Na base, formou uma família e um time praticamente imbatível e quase todos fizeram sucesso no profissional:
– Juan, Alessandro, Júlio César, Fernando, Cássio, Reinaldo e Adriano. Craque o Flamengo faz em casa e esse time foi campeão de tudo. Fui campeão em todas as categorias que passei.
Ainda na base, teve a oportunidade de vestir a amarelinha e dividir os gramados com ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho nas seleções sub-17 e sub-20. Após tanto sucesso, chegou a hora da verdade! O convite para os profissionais veio de Sebastião Rocha, em 97, aos 18 anos.
– Confesso que foi até meio precoce a minha subida! Fui disputar a Copa dos Campeões, joguei contra o Atlético-MG e me deu uma caganeira absurda! – relembrou aos risos.
Sincero, Lê revelou que não era um cara muito profissional. Adepto da frase “quem não bebe não joga”, a fera confessou que isso pode ter prejudicado nos primeiros anos da carreira e, coincidência ou não, foi puxado de volta para a base.
Apesar do baque, continuou deitando e rolando entre a garota até 99, quando fez um excelente carioca e foi chamado novamente para o time principal do Flamengo.
– Lembro que o time não andava muito bem e o grupo se fechou para conquistar a Mercosul. A meta era se manter no Brasileiro e depositar as fichas na Mercosul, que era mais curta e dava um dinheiro bom.
O desfecho dessa história todos já conhecem, mas poucos sabem que o herói daquele título foi relacionado às pressas, no dia anterior da partida, enquanto fazia um churrasco com a família.
– Eu fui, mas achava muito improvável entrar! Parece cena de filme!
Lê não só entrou, como decidiu aquele título contra um Palmeiras que jogava por música com Marcão, Arce, Junior Baiano, Alex, Zinho, Paulo Nunes, Galeano…
Mesmo após ter se tornado herói, Lê não foi tão aproveitado pelo Flamengo, sobretudo após a chegada de Denílson, e foi buscar novos ares no Internacional. De lá foi para o Brasiliense, onde foi vice da Copa do Brasil contra o Corinthians, teve experiências em Portugal e até na Angola.
Dê o play no vídeo acima e confira a resenha completa!