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BORRACHA NELES

“Muitíssimo obrigado, meus amigos do Museu da Pelada, pela oportunidade de contar, não só a minha história, como a de outros profissionais que deram imensa alegria a milhares de torcedores”.

Representada por Júlio César Ferreira, Cristian Ferreira, Ian César Ferreira e Alessandro César Gonçalves, a equipe do Museu foi até Joinville bater um papo com o goleiro Borrachinha e, após uma baita resenha, fomos surpreendidos com a bela mensagem acima!

Diretamente dos gramados da Arena Joinville, onde o arqueiro conquistou cinco títulos (quatro defendendo a meta e um como treinador de goleiros) e se tornou herói, Borrachinha relembrou sua trajetória desde os tempos de futebol de salão no Vasco da Gama!

– Morava no Jardim Botânico e ficava muito longe para ir diariamente a São Januário!

Por ironia do destino, após deixar o Vasco, acabou recebendo o convite para fazer um teste no maior rival, o Flamengo e passou com louvor, aos 15 anos de idade! Permaneceu no clube de 1965 a 1972, quando foi emprestado ao Campo Grande para fazer sua estreia entre os profissionais no Campeonato Carioca daquele ano.

Sem espaço no Flamengo quando retornou, foi tentar a sorte em Manaus e fechou o gol do Nacional Fast Club. Em um dos muitos torneios amistosos da época, o Botafogo desembarcou por lá e o treinador Paulo Amaral se encantou com o desempenho de Borrachinha.

– Me apresentei ao Botafogo e fiquei lá de 77 a 79 como suplente!

Como todo bom profissional, a fera não se desanimou e continuou trabalhando forte esperando uma oportunidade. Até que ela apareceu um jogo antes de um duelo histórico contra o Flamengo.

De acordo com Borrachinha, a desconfiança por parte dos torcedores alvinegros e da diretoria era grande, mas não intimidou.

– O lado bom é que a comissão técnica confiou em mim e colocou até o cargo à disposição em caso de derrota!

Calando os críticos, o Botafogo venceu a partida com gol de Renato Sá e deu fim à invencibilidade do Flamengo!

– Me ovacionar no final! Foi emocionante! – lembra.

Após o fim do contrato com o Botafogo, recebeu o convite para agarrar no Joinville e logo se firmou como titular. Apaixonado pela cidade, caiu nas graças da torcida após a conquista dos cinco títulos já citados.

No cargo de treinador de goleiros do Joinville, foi convidado para integrar a Seleção do Catar.

– Todos imaginavam que eu voltaria logo! Fiquei lá por 28 anos e treinei, inclusive, os goleiros que jogaram na Copa América.

Apesar de estar totalmente adaptado ao país, Borrachinha revela que pretende voltar a morar no Brasil:

– Quem sabe não volto para abrir um academia só de goleiros?

Dê o play no vídeo acima e confira a resenha completa!